RELIGIOSOS CUIDAM DE 27% DOS DOENTES DE AIDS NO MUNDO
Roma, 06 mai (RV) - Os religiosos são responsáveis por 27% dos cuidados e da
assistência aos doentes de AIDS em todo o mundo.
O dado foi divulgado na apresentação
do relatório "Um serviço de amor. Análise global do empenho dos institutos religiosos
contra o HIV e contra a AIDS", durante o Congresso da União dos Superiores Gerais
(UISG) e da União internacional das Superioras Gerais (USG), que se concluiu ontem
em Roma.
O padre Frank Monks, da Comissão para a Saúde dos organismos, afirmou
que esse dado de 27% é importante, pois indica que a resposta dos religiosos ao problema
do HIV nem sempre foi visível, obscurecida pela atenção quase exclusiva que o mundo
secular reservou à questão do preservativo. "O modo dos religiosos de enfrentar a
questão, ao invés, vai além", disse.
De fato, os institutos católicos estão
empenhados em várias frentes: tratamento médico, prevenção geral, prevenção da transmissão
mãe-filho, cuidados dos órfãos e das famílias atingidas, assistência espiritual, educação
sexual e, por fim, a pesquisa, em especial para se encontrar a vacina contra a doença.
Contudo, explica o padre Robert Vitillo, conselheiro especial da Caritas Internacional
sobre HIV e AIDS, apesar desse empenho, a Igreja perde demasiado tempo em busca de
fundos.
Na África, os institutos religiosos não renunciam a confrontar-se
com a delicada questão do preservativo. A missionária comboniana e coordenadora do
projeto, Ir. Maria Martinelli, explica que os princípios da Igreja a propósito são
conhecidos, mas, na prática, considerando que os religiosos lidam com pessoas de várias
religiões, culturas e etnias, "percebe-se que, em situações especiais, o preservativo
é necessário".
A Igreja Católica é particularmente ativa na África austral,
onde a pandemia da AIDS alcançou a difusão de 30% na população entre 25 e 40 anos
e onde houve uma queda da expectativa de vida de 60 para 35 anos. (BF)