MORALES REJEITA MEDIAÇÃO DA IGREJA NA CRISE POLÍTICA BOLIVIANA
La Paz, 06 mai (RV) - O governo da Bolívia descartou na segunda-feira a Igreja
Católica como mediadora do diálogo político. A oposição no domingo declarou vitória
após um referendo que aprovou um estatuto de autonomia no Departamento de Santa Cruz.
A
drástica determinação do governo de Evo Morales era prevista por analistas, após o
cardeal Julio Terrazas Sandoval, máxima autoridade da hierarquia católica e habitante
de Santa Cruz, participar do polêmico referendo, considerado ilegal pelas autoridades
nacionais.
O ministro da presidência, Juan Ramón Quintana, declarou em coletiva
de imprensa: "O mais alto membro da Igreja Católica se pronunciou politicamente através
do apoio explícito à ilegalidade e, por isso, descartou toda possibilidade de se tornar
a facilitadora ou mediadora".
O ministro reiterou a posição do governo de minimizar
a importância do triunfo eleitoral do movimento autonomista da região mais rica do
país e insistiu que, para o governo, são mais importantes os cerca de 50 por cento
de votantes que se abstiveram ou votaram "não".
Além de Santa Cruz, outros
três Departamentos bolivianos buscam pôr em vigência suas autonomias antes das mudanças
constitucionais promovidas por Morales.
A nova Constituição limitaria o poder
das regiões sobre a política de distribuição de terras, o que é particularmente sensível
para Santa Cruz, onde se concentra a maior parte dos latifúndios do país. (BF)