"COMISSÃO ELEITORAL PERDEU SUA CREDIBILIDADE", AFIRMA IGREJA EM ZIMBÁBUE
Harare, 06 mai (RV) - A Comissão Eleitoral de Zimbábue (ZEC) não pode mais
ser considerada como "um órgão independente e imparcial". É o que afirma a Comissão
Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Zimbábue, em declaração publicada no domingo,
4 de maio.
"Todo cidadão de boa vontade perdeu a confiança na Comissão, que
não pode mais ser considerada confiável", lê-se no comunicado, no qual se denuncia
o clima de violência presente no país.
No dia 2 de maio, a Comissão Eleitoral
finalmente publicou os resultados das eleições presidenciais de 29 de março, depois
de mais de um mês da eleição. Ao candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, foram atribuídos
47,9% dos votos, contra 43,2% do presidente Robert Mugabe, que dirige Zimbábue há
28 anos. De acordo com este resultado, está previsto um segundo turno, que deveria
ser realizado depois de 21 dias.
Enquanto Zimbábue se prepara para a votação,
multiplicam-se as denúncias de violências e intimidações por parte da polícia e das
milícias paramilitares.
O sindicato dos professores denunciou que os educadores
tornaram-se o alvo principal das violências após as eleições de 29 de março. Segundo
os representantes sindicais, na semana passada 133 professores sofreram violências
e 496 foram interrogados sobre "questões eleitorais". Mais de 1.700 professores foram
obrigados a deixar Zimbábue por causa das intimidações.
Diante dessa situação,
a Comissão Justiça e Paz pede a intervenção das Nações Unidas e da União Africana
para garantir a correta realização do pleito. (BF)