2008-05-04 14:02:17

A esperança cristão não é uma ilusão, salientou o Papa antes da recitação do Regina Coeli, na Praça de São Pedro com mais de cem mil militantes da Acção Católica Italiana a quem pediu participação vigilante na vida civil, dispostos a servir desinteressadamente a causa do bem comum, para construir uma ordem justa da sociedade e do Estado


(4/5/2008) Ao meio dia, concluída a celebração da Santa Missa presidida pelo presidente da conferencia episcopal italiana Bento XVI desceu á Praça de S.Pedro para a recitação da antifona mariana do tempo pascal Regina Coeli, com os mais de cem mil fiéis ali presentes.
A Praça de São Pedro apresenta-se hoje como um cenáculo a céu aberto, repleto de fiéis, em grande parte membros da acção católica italiana. Com estas palavras o Papa manifestou a sua satisfação pela presença massiva de militantes da acção católica neste domingo em que se celebra a festa litúrgica da Ascensão, cujo significado quis recordar.
“Nos seus discursos de adeus aos discípulos, Jesus insistiu muito na importância do seu regresso ao Pai, coroação da sua missão: de facto Ele veio ao mundo para reconduzir o homem a Deus, não no plano ideal, como um filosofo ou um mestre de sabedoria, mas realmente, como pastor que deseja reconduzir as ovelhas ao redil.
Segundo Bento XVI, este êxodo em direcção á pátria celeste, que Jesus viveu em primeira pessoa, enfrentou-o totalmente por nós. Foi por nós que desceu do Céu e foi por nós que subiu ao Céu depois de se ter feito homem, humilhado até a morte de cruz, e depois de ter tocado o abismo do máximo afastamento de Deus.
Tudo isto – concluiu o Papa – representa uma verdade não teórica, mas real. Por isso, a esperança cristã, fundada em Cristo, não é uma ilusão.
Depois da recitação do Regina Coeli o Papa foi saudado pelo Presidente da Acção Católica Italiana, proferindo em seguida um discurso no qual pediu aos membros desta associação eclesial para serem cidadãos dignos do Evangelho e ministros da sapiência cristã para um mundo mais humano. Este – salientou – é o empenho que hoje assumis diante da Igreja italiana aqui representada por vós, pelos vossos presbíteros assistentes, pelos bispos e pelo seu presidente.
“Numa Igreja missionária, colocada perante uma emergência educativa como aquela que se verifica na Itália, vós que a amais saibais ser anunciadores incansáveis e educadores preparados e generosos; numa igreja chamada a provas também muito exigentes de fidelidade e tentada pela adaptação, sede testemunhas corajosas e profetas de radicalidade evangélica; numa igreja que diariamente se confronta com a mentalidade relativista, edonista e consumista, saibais alargar os espaços da racionalidade no sinal de uma fé amiga da inteligência , tanto no âmbito de uma cultura popular e difusa como naquele de uma pesquisa mais elaborada e reflectida; numa Igreja que chama ao heroísmo da santidade, respondei sem temor, sempre confiando na misericórdia de Deus”.
Referindo-se aos estofos colocados na colonata de Bernini, que recordavam as numerosas beatificações e canonizações de membros da Acção Católica, de Piergiorgio Frassati a Alberto Marvelli, o Santo Padre concluiu: no caminho que tendes diante de vós não estais sozinhos, acompanham-vos os vossos santos, exemplos de cristianismo vivido, vós empreendestes um ano extraordinário, um ano que poderíamos qualificar da santidade, no qual vos empenhais a traduzir na vida concreta os ensinamentos do Evangelho. Intensificai a oração, remodelai a vossa conduta segundo os valores eternos do Evangelho, deixando-vos guiar pela Virgem Maria, Mãe da Igreja. O Papa acompanha-vos com uma recordação constante ao Senhor.
 







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