2008-04-29 14:01:36

Regras internacionais que sustentem o desenvolvimento


(29/4/2008) Os princípios de solidariedade e subsidiariedade são chave para estabelecer as regras internacionais que sustentam o desenvolvimento, propõe a Santa Sé numa intervenção na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento em Acra, Gana.
Referindo-se á «crise do multilateralismo», assinalam-se especialmente duas críticas às organizações internacionais.
«A primeira é o problema de representação, segundo o qual a decisão que tem poder entre estas instituições não está situada de forma equitativa». A segunda crítica refere-se à «falta de envolvimento da sociedade em iniciativas orientadas ao desenvolvimento, empreendidas por instituições multilaterais. Tal enfoque apresenta o risco de formular uma estratégia política que não está centrada nos pobres, mas nos governos dos países».
Após uma análise dos problemas inerentes ao comércio e desenvolvimento, o representante da Santa Sé , o arcebispo Silvano Tommasi falou daquilo que se pode fazer».
A primeira proposta é recordar o que o documento chama «verdade objectiva», que é um desenvolvimento centrado no ser humano.
O verdadeiro objectivo é o desenvolvimento, propõe a Santa Sé, e «o comércio representa uma oportunidade significativa para os países em vias de desenvolvimento. Contudo, este não é um fim em si mesmo, mas um meio para a conquista do desenvolvimento e a redução da pobreza».
O representante da Santa Sé falou depois de dois princípios que devem ser sustentados; não são obstáculos para as diferentes vias de desenvolvimento: solidariedade e subsidiariedade.
Se o desenvolvimento está centrado na pessoa humana, conclui a Santa Sé, há alguns temas-chave que devem ser levados em conta.
Um deles é a educação, «a essência do desenvolvimento. Só uma pessoa educada pode ser plenamente consciente do valor e da dignidade do ser humano. Então as pessoas educadas podem mais facilmente estabelecer entre elas relações sociais não baseadas na força ou no abuso, mas no respeito e na amizade. Em tal ambiente, é mais fácil reduzir a corrupção e desenvolver instituições virtuosas que ajudem a conseguir o bem comum».
Incluem-se também a saúde e o trabalho digno.
A Santa Sé afirma que a liberdade económica é chave. «Sem a implementação institucional que proporcione um ambiente económico estável no qual se imponha o império da lei e os direitos de propriedade sejam respeitados, o desenvolvimento inevitavelmente reprime-se».
«A tarefa enfrentada pelas instituições internacionais de sustentar o desenvolvimento dos países é enorme – conclui a Santa Sé. O primeiro passo decisivo para este objectivo é implementar políticas que reconheçam e situem o valor da pessoa humana no seu centro.»








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