PAPA ORDENA 29 SACERDOTES DA DIOCESE DE ROMA. NO "REGINA COELI", SANTO PADRE FAZ APELO
POR DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO EM ALGUNS PAÍSES DA ÁFRICA
Cidade do Vaticano, 27 abr (RV) - Na manhã deste VI e último domingo de Páscoa,
o Bispo de Roma presidiu, na Basílica Vaticana, à celebração eucarística de ordenação
sacerdotal de 29 diáconos da diocese de Roma, provenientes de diversos países: Itália,
Chile, Colômbia, França, Haiti, Índia, Iraque e Paraguai.
A apresentação dos
novos candidatos ao sacerdócio foi feita pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa
para a diocese de Roma, que concelebrou a Missa com o Santo Padre junto a seus bispos
coadjutores e auxiliares.
Na homilia, Bento XVI apresentou suas felicitações
aos 29 ordenandos da diocese de Roma, da qual ele é bispo, e expressou seu vivo reconhecimento
por aqueles que os guiaram no caminho de discernimento e de preparação ao sacerdócio.
Em
seguida, o Santo Padre retomou a figura de Jesus, o Bom Pastor, que ilumina o papel
e o mistério do presbítero na comunidade cristã.
Partindo das leituras da Liturgia
da Palavra, o papa colocou em realce a missão do sacerdote: "Levar o Evangelho a todos,
para que todos possam experimentar a alegria de Cristo... Anunciar e testemunhar a
alegria: eis o núcleo central da missão de vocês. Para comunicar a alegria aos outros,
num mundo muitas vezes triste e negativo, é preciso que o fogo do Evangelho arda em
seus corações e que a alegria do Senhor reine em vocês".
Meditando a outra
leitura da liturgia dominical, o pontífice citou a reunião de oração na região da
Samaria, presidida pelos apóstolos Pedro e João, dois pilares da Igreja, em visita
àquela comunidade cristã, para confirmá-la na fé.
Graças à imposição de suas
mãos, recordou o papa, o Espírito Santo desceu sobre os batizados. Neste episódio,
podemos atestar o rito da "Confirmação", o segundo sacramento da iniciação cristã.
Referindo-se ao significado do rito da imposição das mãos, o papa explicou:
"Consiste num sinal inseparável da oração, da qual constitui um prolongamento silencioso.
Sem pronunciar nenhuma palavra, o bispo celebrante e os demais sacerdotes impõem suas
mãos sobre as cabeças do ordenandos, invocando a Deus para infundir o Espírito Santo
sobre eles, a fim de torná-los partícipes do sacerdócio de Cristo".
Trata-se
de um gesto simples e breve, mas repleto de significado e de densidade espiritual.
Nisso consiste a origem da missão sacerdotal. Nesta oração silenciosa, dá-se o encontro
de duas liberdades: a de Deus, através do Espírito Santo, e a do homem.
Nesse
sentido, o papa convidou os ordenandos a viverem sempre, com coerência, a sua vocação
na Igreja com fé e com amor. Por fim, exortou: "Adorem a Cristo Senhor em seus corações;
cultivem uma relação pessoal de amor com Ele, primeiro e grande Amor, único e total,
com a qual poderão viver, purificar, iluminar e santificar as demais relações".
Que
a esperança que provém de Jesus, o Bom Pastor, concluiu o pontífice, seja a esperança
sacerdotal, esperança de vida e de perdão, esperança de santidade e de fecundidade
apostólica, esperança de abertura à fé e ao encontro com Deus; enfim, esperança de
paz e de conforto.
Ao término da solene celebração eucarística, Bento XVI deixou
a Basílica vaticana e se dirigiu à janela de seus aposentos, no último andar da Residência
Apostólica, de onde rezou a oração pós-pascal do "Regina Coeli" com os milhares de
peregrinos e fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução, o Santo Padre
recordou a cerimônia que acabara de presidir na Basílica vaticana. E comentou: "Como
todos os anos, este é um momento especial de graça e de grande festa. Uma linfa renovada
é infundida no tecido da comunidade eclesial e urbana. A presença dos sacerdotes é
indispensável para a vida da Igreja e preciosa para os fiéis".
Eis o sentido
da missão da Igreja e, em particular, dos sacerdotes: semear a alegria evangélica
no mundo, repetiu o papa, que concluiu com uma advertência aos novos sacerdotes: "Onde
Cristo é anunciado com a força do Espírito Santo e acolhido com ânimo aberto, a sociedade,
apesar de seus tantos problemas, se torna 'cidade da alegria'. Convido os sacerdotes
recém-ordenados a rezar e a difundir, em suas respectivas missões, a alegria e a esperança
que brotam do Evangelho".
A seguir, o Pontífice recordou que hoje as comunidades
ortodoxas que seguem o calendário juliano celebram a Páscoa da Ressurreição. A todos,
o papa fez suas felicitações de "Feliz Páscoa" no Senhor.
Por fim, o Bispo
de Roma referiu-se às notícias que continuam chegando de alguns países do continente
africano, que causam profundo sofrimento e grande preocupação.
Por isso, o
Papa pediu aos fiéis que não se esqueçam dos trágicos acontecimentos que envolvem
os irmãos e irmãs de Somália, Sudão e Burundi, que correm o risco de viver uma nova
guerra civil.
Por esses países, o Santo Padre fez seu premente apelo: "Convido
todas as partes envolvidas a retomarem, sem hesitar, o caminho do diálogo e da reconciliação.
Faço votos de que as autoridades políticas locais, os responsáveis pela comunidade
internacional e todas as pessoas de boa vontade não poupem esforços para que cesse
a violência e sejam cumpridos os compromissos assumidos, de modo a depositar sólidos
fundamentos para a paz e para o desenvolvimento". (MT/BF)