2008-04-27 19:48:24

PAPA ORDENA 29 SACERDOTES DA DIOCESE DE ROMA. NO "REGINA COELI", SANTO PADRE FAZ APELO POR DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO EM ALGUNS PAÍSES DA ÁFRICA


Cidade do Vaticano, 27 abr (RV) - Na manhã deste VI e último domingo de Páscoa, o Bispo de Roma presidiu, na Basílica Vaticana, à celebração eucarística de ordenação sacerdotal de 29 diáconos da diocese de Roma, provenientes de diversos países: Itália, Chile, Colômbia, França, Haiti, Índia, Iraque e Paraguai.

A apresentação dos novos candidatos ao sacerdócio foi feita pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa para a diocese de Roma, que concelebrou a Missa com o Santo Padre junto a seus bispos coadjutores e auxiliares.

Na homilia, Bento XVI apresentou suas felicitações aos 29 ordenandos da diocese de Roma, da qual ele é bispo, e expressou seu vivo reconhecimento por aqueles que os guiaram no caminho de discernimento e de preparação ao sacerdócio.

Em seguida, o Santo Padre retomou a figura de Jesus, o Bom Pastor, que ilumina o papel e o mistério do presbítero na comunidade cristã.

Partindo das leituras da Liturgia da Palavra, o papa colocou em realce a missão do sacerdote: "Levar o Evangelho a todos, para que todos possam experimentar a alegria de Cristo... Anunciar e testemunhar a alegria: eis o núcleo central da missão de vocês. Para comunicar a alegria aos outros, num mundo muitas vezes triste e negativo, é preciso que o fogo do Evangelho arda em seus corações e que a alegria do Senhor reine em vocês".

Meditando a outra leitura da liturgia dominical, o pontífice citou a reunião de oração na região da Samaria, presidida pelos apóstolos Pedro e João, dois pilares da Igreja, em visita àquela comunidade cristã, para confirmá-la na fé.

Graças à imposição de suas mãos, recordou o papa, o Espírito Santo desceu sobre os batizados. Neste episódio, podemos atestar o rito da "Confirmação", o segundo sacramento da iniciação cristã.

Referindo-se ao significado do rito da imposição das mãos, o papa explicou: "Consiste num sinal inseparável da oração, da qual constitui um prolongamento silencioso. Sem pronunciar nenhuma palavra, o bispo celebrante e os demais sacerdotes impõem suas mãos sobre as cabeças do ordenandos, invocando a Deus para infundir o Espírito Santo sobre eles, a fim de torná-los partícipes do sacerdócio de Cristo".

Trata-se de um gesto simples e breve, mas repleto de significado e de densidade espiritual. Nisso consiste a origem da missão sacerdotal. Nesta oração silenciosa, dá-se o encontro de duas liberdades: a de Deus, através do Espírito Santo, e a do homem.

Nesse sentido, o papa convidou os ordenandos a viverem sempre, com coerência, a sua vocação na Igreja com fé e com amor. Por fim, exortou: "Adorem a Cristo Senhor em seus corações; cultivem uma relação pessoal de amor com Ele, primeiro e grande Amor, único e total, com a qual poderão viver, purificar, iluminar e santificar as demais relações".

Que a esperança que provém de Jesus, o Bom Pastor, concluiu o pontífice, seja a esperança sacerdotal, esperança de vida e de perdão, esperança de santidade e de fecundidade apostólica, esperança de abertura à fé e ao encontro com Deus; enfim, esperança de paz e de conforto.

Ao término da solene celebração eucarística, Bento XVI deixou a Basílica vaticana e se dirigiu à janela de seus aposentos, no último andar da Residência Apostólica, de onde rezou a oração pós-pascal do "Regina Coeli" com os milhares de peregrinos e fiéis reunidos na Praça São Pedro.

Na alocução, o Santo Padre recordou a cerimônia que acabara de presidir na Basílica vaticana. E comentou: "Como todos os anos, este é um momento especial de graça e de grande festa. Uma linfa renovada é infundida no tecido da comunidade eclesial e urbana. A presença dos sacerdotes é indispensável para a vida da Igreja e preciosa para os fiéis".

Eis o sentido da missão da Igreja e, em particular, dos sacerdotes: semear a alegria evangélica no mundo, repetiu o papa, que concluiu com uma advertência aos novos sacerdotes: "Onde Cristo é anunciado com a força do Espírito Santo e acolhido com ânimo aberto, a sociedade, apesar de seus tantos problemas, se torna 'cidade da alegria'. Convido os sacerdotes recém-ordenados a rezar e a difundir, em suas respectivas missões, a alegria e a esperança que brotam do Evangelho".

A seguir, o Pontífice recordou que hoje as comunidades ortodoxas que seguem o calendário juliano celebram a Páscoa da Ressurreição. A todos, o papa fez suas felicitações de "Feliz Páscoa" no Senhor.

Por fim, o Bispo de Roma referiu-se às notícias que continuam chegando de alguns países do continente africano, que causam profundo sofrimento e grande preocupação.

Por isso, o Papa pediu aos fiéis que não se esqueçam dos trágicos acontecimentos que envolvem os irmãos e irmãs de Somália, Sudão e Burundi, que correm o risco de viver uma nova guerra civil.

Por esses países, o Santo Padre fez seu premente apelo: "Convido todas as partes envolvidas a retomarem, sem hesitar, o caminho do diálogo e da reconciliação. Faço votos de que as autoridades políticas locais, os responsáveis pela comunidade internacional e todas as pessoas de boa vontade não poupem esforços para que cesse a violência e sejam cumpridos os compromissos assumidos, de modo a depositar sólidos fundamentos para a paz e para o desenvolvimento". (MT/BF)







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