2008-04-26 14:32:46

Crise alimentar: Institutos religiosos e missionários preocupados com as populações mais pobres


(26/4/2008) A (Rede África-Europa Fé e Justiça) está a desenvolver uma campanha que visa alertar para os riscos da aposta nos biocombustíveis sobre as populações mais pobres, frisando que a nova política energética europeia pode colocar em causa “o direito à alimentação dos africanos e dos países mais pobres”.
Os religiosos denunciam que "algumas empresas europeias aproveitam a falta de conhecimento dos agricultores africanos para os comprometerem com contratos que podem ir até aos 30 anos, retirando-lhe o controlo da produção e dos preços de comercialização".
Missionários e religiosos lembram que “a situação energética a nível mundial passa por uma grave crise. A subida do preço do petróleo e a diminuição das reservas dos cereais, poderão trazer graves consequências para os países mais pobres”.
Ministros e europarlamentares trabalham o texto da directiva da UE para a energia. Em breve irão participar em dois importantes eventos internacionais sobre bioenergias: em Maio, o Comité das Nações que procuram um acordo sobre as regras internacionais acerca da Diversidade Biológica, vai analisar o tema «Bioenergias os e Biocombustíveis»; em Julho, o G8 abordará a «Alteração do Clima e a Sustentabilidade».
“Apostar na produção agrícola para fabricação de biocombustíveis como alternativa aos combustíveis fósseis, tornará mais difícil o acesso à água potável e a terras férteis para a produção alimentar necessária”, alerta a (Rede África-Europa Fé e Justiça).
A Rede África-Europa Fé e Justiça foi criada em 1988 por vários institutos religiosos e missionários; reúne 50 congregações missionárias e fala em nome de 30 000 religiosos e religiosas que trabalham na Europa e em África.
Na sua acção de informação e advocacia, inspira-se na doutrina social da Igreja católica e tem como objectivo reunir e disseminar, entre as forças sociais e políticas europeias e africanas, informação sobre os dossiers mais relevantes das relações bilaterais entre a África e a Europa. Por isso, tem-se ocupado das questões relativas ao comércio, à alimentação e à saúde, ao controle do comércio das armas e dos recursos económicos na África.








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