PAPA: "A ARTE CONTRIBUI PARA A EDIFICAÇÃO DE UMA SOCIEDADE ABERTA AOS IDEAIS DO ESPÍRITO"
Cidade do Vaticano, 25 abr (RV) – O Santo Padre recebeu em audiência particular
ontem à tarde, na antecâmara da Sala Paulo VI, no Vaticano, o presidente da República
italiana, Giorgio Napolitano.
Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa
Sé, o encontro durou quinze minutos e foi caracterizado por um clima de viva cordialidade;
foram abordados temas de grande atualidade e o discurso que o papa proferiu na sede
da ONU, em Nova York.
Entre os temas, lê-se na nota, destacam-se: a dignidade
da pessoa humana, os fundamentos dos direitos do homem, o empenho da comunidade internacional
na proteção e na promoção dos direitos humanos; e o diálogo entre fé e razão a serviço
do crescimento integral da pessoa e do desenvolvimento harmônico da comunidade humana.
O
presidente Napolitano expressou ao papa, em nome do povo italiano, suas congratulações
pelos três anos de profícuo Pontificado e suas felicitações pelos seus 81 anos de
vida, comemorados no último dia 17.
Bento XVI, por sua vez, renovou a expressão
de seus sentimentos de afeto e de participação na vida do "amado povo italiano", assegurando
sua constante oração e solidariedade.
Depois do encontro com o presidente da
República da Itália, Bento XVI assistiu, na Sala Paulo VI, ao concerto oferecido pelo
presidente Giorgio Napolitano por ocasião do terceiro aniversário de Pontificado e
pelos 81 anos de vida do papa.
O coral e a orquestra sinfônica "Giuseppe Verdi"
de Milão foram dirigidos, respectivamente, por Oleg Caetani e Erina Gambarini. Foram
executadas músicas de Berio, Brahms e Beethoven.
Ao término do concerto, o
Santo Padre dirigiu sua palavra aos presentes. Ele agradeceu ao presidente da República
italiana pelo "precioso" presente de aniversário e de Pontificado; expressou seus
agradecimentos também ao coral e à orquestra sinfônica de Milão, que tocaram e cantaram
com extraordinário talento e eficácia.
O pontífice expressou sua gratidão à
benemérita Fundação "Giuseppe Verdi", encorajando seus membros a prosseguirem no seu
prestigioso percurso artístico e cultural, levando a música a situações de dificuldade
humana, como em hospitais e prisões.
Referindo-se aos trechos musicais executados,
o papa destacou, de modo particular, a música de Brahms, de considerável valor espiritual
e artístico, que infunde esperança no espírito humano, tão ferido pelas condições
adversas da vida terrena.
Recordando a profunda parentela existente entre a
música e a esperança, entre o canto e a vida eterna, o Santo Padre afirmou: "Não é
por acaso que a tradição cristã representa figuras felizes que cantam em coro, extasiados
com a beleza de Deus. Mas a autêntica arte, como a oração, não deve ser estranha na
realidade de cada dia; pelo contrário, ela a irriga e a faz germinar, a fim de produzir
frutos de bem e de paz".
As magistrais interpretações que acabamos de ouvir,
disse ainda o papa, recordam o valor e a importância universal do patrimônio artístico;
de tal patrimônio podemos extrair sempre novas inspirações para a construção de um
mundo de justiça e solidariedade, valorizando o serviço do homem e as muitas expressões
da cultura mundial.
Falando da importância que reveste a educação à autêntica
beleza para a formação da juventude, o pontífice afirmou: "A arte no seu conjunto
contribui para aperfeiçoar seu ânimo e para a edificação de uma sociedade aberta aos
ideais do espírito".
Neste sentido, disse por fim o papa, a Itália, com seu
excepcional patrimônio artístico, pode representar um papel importante no mundo, como
mensageira universal de todos aqueles valores que a arte exprime e promove.
A
alegria do canto e da música, concluiu Bento XVI, são um constante convite aos cristãos
e aos homens de boa vontade a comprometer-se em oferecer à humanidade um futuro rico
de esperança. (MT/BF)