2008-04-25 20:50:07

IGREJA CELEBRA HOJE FESTA DE SÃO MARCOS, AUTOR DO MAIS ANTIGO DOS EVANGELHOS


Cidade do Vaticano, 25 abr (RV) - Vinte e cinco de abril é para a Igreja o dia da festa dedicada ao evangelista São Marcos. Patrono de Veneza _ onde seus restos mortais repousam na homônima Basílica patriarcal, na qual esta manhã o patriarca emérito, Cardeal Marco Cé, celebrou a santa missa _ São Marcos foi o homem que anotou os discursos feitos por São Pedro nas primeiras comunidades cristãs, permitindo-lhe mais tarde compor tais discursos no mais antigo dos Evangelhos canônicos. Em diversas ocasiões a figura do evangelista é citada no magistério de Bento XVI. Recordemos algumas delas.

São poucos os escritores, em todas as épocas da humanidade, que compuseram uma obra capaz de atravessar o tempo da história e o espaço da terra, multiplicando cópias, traduções, estudos em todas as latitudes, durante vinte séculos. Foi o destino reservado a João Marcos e ao livro que terminou de compor por volta do ano 70 após a morte de Cristo. Título: To Euaggelion, a Boa Nova.

O Evangelho de Marcos coloca como objetivo apresentar aos novos fiéis Jesus como o "Messias" esperado. Um texto com linguagem simples, oportuno para quem não conhece Cristo, mas que, mediante a narração de Suas palavras e de Seus feitos, pode levar a descobrir a força inovadora da mensagem.

Na esteira do Evangelho de Marcos, o patriarca emérito de Veneza, Cardeal Marco Cé, pregou os exercícios espirituais ao papa e à Cúria Romana na Quaresma de 2006. Ao término dos exercícios, no dia 11 de março, Bento XVI agradeceu-lhe com estas palavras:

"Conduziu-nos nesta estrada 'catecumenal' que é o Evangelho de Marcos, numa peregrinação comum junto com os discípulos rumo a Jerusalém, e nos deu novamente a certeza de que Cristo está em nossa barca _ apesar de todas as tempestades da história."

Outro livro fala também de Marcos, os Atos dos Apóstolos. Trata-se de um episódio que mostra o futuro evangelista, ainda jovem, às presas com Paulo e Barnabé e as suas viagens missionárias. Um episódio que Bento XVI explicou do seguinte modo na audiência geral de 31 de janeiro de 2007:

"Os dois, Paulo e Barnabé, entraram depois em contraste, no início da segunda viagem missionária, porque Barnabé defendia a idéia de tomar João Marcos como companheiro, enquanto Paulo não queria, já que o jovem havia se separado deles durante a viagem precedente."

Uma passagem de humanidade da primeira Igreja, que logo em seguida sugeriu ao papa uma reflexão espontânea e incisiva, que os presentes na Sala Paulo VI saudaram com um longo aplauso:

"Portanto, também entre santos existem contrastes, discórdias, controvérsias. E isso é muito consolador para mim, porque vemos que os santos não 'caíram do céu'. São homens como nós, com problemas até mesmo complicados. A santidade não consiste em jamais ter errado, pecado. A santidade cresce na capacidade de conversão, de arrependimento, de disponibilidade a recomeçar, e sobretudo na capacidade de reconciliação e de perdão."

E é o que acontece numa situação sucessiva: Paulo se reconcilia com Marcos reconhecendo publicamente nele um seu "colaborador de confiança. Também Pedro o chamará afetuosamente "meu filho" em uma carta sua. Com o passar dos anos o próprio Marcos evangelista se torna evangelizador. Um compromisso missionário que São Marcos assumiu muito bem no seguimento dos dois máximos apóstolos da Igreja, São Pedro e São Paulo. (RL)







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