IGREJA CELEBRA HOJE FESTA DE SÃO MARCOS, AUTOR DO MAIS ANTIGO DOS EVANGELHOS
Cidade do Vaticano, 25 abr (RV) - Vinte e cinco de abril é para a Igreja o
dia da festa dedicada ao evangelista São Marcos. Patrono de Veneza _ onde seus restos
mortais repousam na homônima Basílica patriarcal, na qual esta manhã o patriarca emérito,
Cardeal Marco Cé, celebrou a santa missa _ São Marcos foi o homem que anotou os discursos
feitos por São Pedro nas primeiras comunidades cristãs, permitindo-lhe mais tarde
compor tais discursos no mais antigo dos Evangelhos canônicos. Em diversas ocasiões
a figura do evangelista é citada no magistério de Bento XVI. Recordemos algumas delas.
São
poucos os escritores, em todas as épocas da humanidade, que compuseram uma obra capaz
de atravessar o tempo da história e o espaço da terra, multiplicando cópias, traduções,
estudos em todas as latitudes, durante vinte séculos. Foi o destino reservado a João
Marcos e ao livro que terminou de compor por volta do ano 70 após a morte de Cristo.
Título: To Euaggelion, a Boa Nova.
O Evangelho de Marcos coloca como
objetivo apresentar aos novos fiéis Jesus como o "Messias" esperado. Um texto com
linguagem simples, oportuno para quem não conhece Cristo, mas que, mediante a narração
de Suas palavras e de Seus feitos, pode levar a descobrir a força inovadora da mensagem.
Na
esteira do Evangelho de Marcos, o patriarca emérito de Veneza, Cardeal Marco Cé, pregou
os exercícios espirituais ao papa e à Cúria Romana na Quaresma de 2006. Ao término
dos exercícios, no dia 11 de março, Bento XVI agradeceu-lhe com estas palavras:
"Conduziu-nos
nesta estrada 'catecumenal' que é o Evangelho de Marcos, numa peregrinação comum junto
com os discípulos rumo a Jerusalém, e nos deu novamente a certeza de que Cristo está
em nossa barca _ apesar de todas as tempestades da história."
Outro livro fala
também de Marcos, os Atos dos Apóstolos. Trata-se de um episódio que mostra o futuro
evangelista, ainda jovem, às presas com Paulo e Barnabé e as suas viagens missionárias.
Um episódio que Bento XVI explicou do seguinte modo na audiência geral de 31 de janeiro
de 2007:
"Os dois, Paulo e Barnabé, entraram depois em contraste, no início
da segunda viagem missionária, porque Barnabé defendia a idéia de tomar João Marcos
como companheiro, enquanto Paulo não queria, já que o jovem havia se separado deles
durante a viagem precedente."
Uma passagem de humanidade da primeira Igreja,
que logo em seguida sugeriu ao papa uma reflexão espontânea e incisiva, que os presentes
na Sala Paulo VI saudaram com um longo aplauso:
"Portanto, também entre santos
existem contrastes, discórdias, controvérsias. E isso é muito consolador para mim,
porque vemos que os santos não 'caíram do céu'. São homens como nós, com problemas
até mesmo complicados. A santidade não consiste em jamais ter errado, pecado. A santidade
cresce na capacidade de conversão, de arrependimento, de disponibilidade a recomeçar,
e sobretudo na capacidade de reconciliação e de perdão."
E é o que acontece
numa situação sucessiva: Paulo se reconcilia com Marcos reconhecendo publicamente
nele um seu "colaborador de confiança. Também Pedro o chamará afetuosamente "meu filho"
em uma carta sua. Com o passar dos anos o próprio Marcos evangelista se torna evangelizador.
Um compromisso missionário que São Marcos assumiu muito bem no seguimento dos dois
máximos apóstolos da Igreja, São Pedro e São Paulo. (RL)