TRÊS ANOS ATRÁS BENTO XVI INCIAVA SEU MINISTÉRIO PETRINO
Cidade do Vaticano, 24 abr (RV) - Exatamente três anos atrás, no dia 24 de
abril de 2005, Bento XVI iniciava o seu Ministério petrino: o papa, diante de 350
mil pessoas reunidas na Praça São Pedro e ao longo da Rua da Conciliação (artéria
principal que dá acesso à praça) para participar da missa de início de pontificado,
pronunciava uma intensa homilia. Ouçamos novamente algumas passagens:
"O meu
verdadeiro programa de governo é o de não fazer a minha vontade, de não seguir as
minhas idéias, mas de colocar-me em escuta _ com toda a Igreja _ da palavra e da vontade
do Senhor, e de deixar-me conduzir por Ele, de modo que seja Ele mesmo a conduzir
a Igreja nesta hora da nossa história."
Bento XVI quer fazer sua "a santa inquietude
de Cristo", que busca a humanidade perdida nos muitos desertos da pobreza, da solidão,
do amor destruído, para conduzi-la rumo Àquele que dá a verdadeira alegria e o verdadeiro
amor: é o Deus que se fez cordeiro e "se colocou da parte dos cordeiros, daqueles
que são desrespeitados e assassinados". Porque é o amor que vence e não o poder nem
o mal da história:
"Não é o poder que redime, mas o amor! Este é o sinal de
Deus: Ele mesmo é amor. Quantas vezes nós desejamos que Deus se mostrasse mais forte.
Que Ele atingisse duramente, derrotasse o mal e criasse um mundo melhor. Todas as
ideologias do poder se justificam assim, justificam a destruição daquilo que se oporia
ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos por causa da paciência de
Deus. E, todavia, todos precisamos de Sua paciência. O Deus, que se tornou cordeiro,
nos diz que o mundo é salvo pelo Crucificado e não pelos crucificadores. O mundo é
redimido pela paciência de Deus e destruído pela impaciência dos homens."
O
papa recordou que os cristãos existem "para mostrar Deus aos homens. E somente onde
Deus é visto começa verdadeiramente a vida":
"Somente quando encontramos em
Cristo o Deus vivo nós conhecemos o que é a vida. Não somos o produto casual e sem
sentido da evolução. Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de
nós é querido, cada um é amado, cada um é necessário. Não há nada mais bonito do que
ser alcançado, surpreendido pelo Evangelho de Cristo. Não há nada mais bonito do que
conhecê-Lo e comunicar aos outros a amizade com Ele."
Bento XVI recordou que
o ministério petrino é essencialmente um serviço de amor: "amar _ afirmou _ significa...
estar pronto para sofrer" e "significa dar... o verdadeiro bem, o alimento da verdade
de Deus". Ser Vigário de Cristo _ confessou _ é "uma tarefa inaudita que realmente
supera toda capacidade humana". Mas "quem crê jamais está sozinho":
"Rezem
por mim para que eu aprenda a amar sempre mais o Seu rebanho _ vocês, a Santa Igreja,
cada um de vocês singularmente e todos vocês juntos. Rezem por mim, para que eu não
fuja, por medo, diante dos lobos."
Em seguida, na esteira de João Paulo II,
convidou todos e, sobretudo, os jovens a não terem medo de abrir as portas a Cristo:
"Somente
nessa amizade nós experimentamos aquilo que é bonito e aquilo que liberta. Assim,
hoje, eu gostaria, com grande força e grande convicção, a partir da experiência de
uma longa vida pessoal, de dizer a vocês, caros jovens: não tenham medo de Cristo!
Ele não tira nada, e dá tudo. Quem se doa a Ele recebe o cêntuplo. Sim, abram, escancarem
as portas a Cristo _ e encontrarão a verdadeira vida." (RL)