PAPA VISITA SINAGOGA EM NY E SAÚDA JUDEUS POR OCASIÃO DO 'PESSACH'
Cidade do Vaticano, 19 abr (RV) - O papa fez ontem uma visita à sinagoga Park
East, no coração de Manhattan.
Construída em 1889 a partir de um projeto de
dois arquitetos de origem alemã, o templo é um dos lugares históricos da cidade. O
rabino da sinagoga, Arthur Schneider, é um austríaco sobrevivente do Holocausto, que
vive nos EUA desde 1947. Ele é o fundador e presidente da ONG "Apelo à Consciência",
e propaga que a Cruz, a Meia-Lua e a Estrela de Davi devem ser símbolos de paz, tolerância
e respeito mútuo.
Ontem foi a véspera do Pessach, a Páscoa judaica,
celebrada neste final de semana. Nesse contexto, a visita papal foi qualificada como
"simbolicamente muito importante" por dirigentes da comunidade.
Bento XVI chegou
às 17h20 (18h20 de Brasília) e assim saudou os presentes: "Shalom! Vim aqui com grande
alegria, poucas horas antes do início da celebração do Pessach, para expressar
meu respeito e estima pela comunidade judaica de Nova York. Sempre lembrarei esse
momento".
O Sumo Pontífice foi recebido com o canto Shalom (paz) e se
uniu ao rabino Arthur Schneier, que comentou que a visita papal "é uma ocasião histórica
que será recordada para sempre", acrescentando que sua presença "nos dá esperança
para o caminho que ainda devemos percorrer juntos".
A visita, que durou cerca
de vinte minutos, transcorreu em um clima emocionado e, às vezes, descontraído, dando
inclusive lugar a algumas brincadeiras e risadas.
O papa recebeu dois presentes
ligados à tradição da Páscoa judaica: um prato trabalhado, chamado keará, parte
do ritual da ceia pascoal (seder), e um pacote de matzá (pão ázimo).
"Vou comê-lo amanhã à noite", disse Bento XVI.
Num gesto inesperado e surpreendente,
uma mulher se inclinou e beijou a mão do pontífice. "É tocante imaginar que, quando
jovem, Jesus ouvia as palavras da Escritura e rezava num lugar como este", declarou
o papa. (CM/BF)