Falta de informação sobre processo eleitoral preocupa populações angolanas no Kuando
Kubango
(14/4/2008) Os potenciais eleitores do interior da Província do Kuando Kubango reclamam
ter pouca informação sobre o processo que culminará com as próximas eleições no país. Dadas
as dificuldades registadas em determinadas regiões, condicionadas por diversos factores
sociais e económicos , como estradas intransitáveis, "convinha que se alastrasse o
tempo de sensibilização das populações sobre a matéria eleitoral", refere um ponto
das conclusões saídas do Congresso Pro Pace da Diocese de Menongue, realizado entre
os dias 9 e 11 deste mês. Por isso, os participantes advogam um “investimento eficaz
do material humano para a boa condução do processo eleitoral”. A julgar pela
diminuta existência de forças políticas em toda a Província de Kuando Kubango (Mpla,
Unita e Prd e Prs), os congressistas sugerem “que os partidos políticos se insiram
nas comunidades para as suas actividades a fim de serem conhecidos pelo povo”. O
desconhecimento da Lei Constitucional e da Declaração Universal foram também ressaltados,
tendo sido solicitado às autoridades “que as populações tenham acesso aos documentos
que consagram os direitos dos cidadãos. Declaração Universal, Carta Africana dos Direitos
Humanos e Lei constitucional”. Mas os participantes mostraram-se também preocupados
com “a falta de acesso aos meios de comunicação social para garantir sobretudo a liberdade
de expressão e maior pluralismo de imprensa visando uma informação vista de vários
ângulos. Concordam que a entrega das armas em posse ilegal dos cidadãos seja condição
sine qua non para maior tranquilidade das populações. Mas salientam a necessidade
de “maior sensibilização, palestras, seminários sobre educação cívica para o desarmamento.
Sugerem ainda que “a recolha de armas em posse dos cidadãos seja feita com a colaboração
das autoridades religiosas e tradicionais”.