ARCEBISPO DE KINSHASA CONDENA ABUSOS SEXUAIS CONTRA AS MULHERES
Kinshasa, 11 (RV) - O presidente da Conferência Episcopal Congolesa e arcebispo
de Kinshasa, Dom Laurent Monsengwo Pasinya, lançou um apelo para que todas as formas
de violência contra as mulheres sejam combatidas de modo pacífico.
Em nota
pastoral, Dom Monsengwo destaca que "a violência contra o sexo feminino contradiz
a harmonia original desejada por Deus entre homem e mulher, ambos criados à sua imagem
e semelhança".
Por isso, a violência sexual se distancia desta visão de complementaridade
entre homem e mulher, à qual se impõe uma relação de escravidão. "Não se trata de
uma simples relação carnal, mas implica, na origem, o conceito de amor e de dom de
si, de temperança e autocontrole, de comunhão de coração e de espírito", escreve o
arcebispo.
Dom Monsengwo reitera que a violência sexual contra as mulheres
"não deriva da justa razão, mas depende de baixos instintos e, ao invés de elevar
o ser humano, o reduz ao nível do determinismo animal".
Por fim, o prelado
destaca que os abusos contra as mulheres são "o oposto da cultura africana, em que
ela é considerada fonte de vida", fonte que pressupõe liberdade e alegria. Já as relações
sexuais impostas com a violência denotam "uma barbárie estranha à visão cristã e à
sabedoria africana". Os abusos sexuais são, portanto, um atentado à dignidade da mulher.
Diante desse fenômeno, o arcebispo afirma que é fundamental que governo, sociedade
civil, organizações de defesa dos direitos humanos e as confissões religiosas se mobilizem
para combater esse flagelo sempre mais difuso em todo o mundo. (BF)