2008-04-10 20:53:48

DOM MIGLIORE RESSALTA EXPECTATIVA NA ONU COM A VISITA DO PAPA


Cidade do Vaticano, 10 abr (RV) - "A expectativa é grande e repleta de esperança": o observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, sintetiza assim o clima nos EUA, a menos de uma semana da chegada de Bento XVI ao país.

Em entrevista à agência SIR (Serviço de Informação Religiosa), o arcebispo falou, em particular, sobre a visita do papa à sede das Nações Unidas, programada para o dia 18 deste mês.

"Muitos diplomatas da ONU acompanham e apreciam a clareza e a fecundidade de pensamento do Santo Padre", disse Dom Migliore. Em seguida, o representante vaticano ressaltou a coincidência da visita papal com os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, um texto pelo qual a Santa Sé tem grande consideração, reiterou o prelado.

E justamente ontem, quarta-feira, Dom Migliore fez seu pronunciamento na ONU, na Comissão sobre População e Desenvolvimento.

"Diante dos fenômenos da migração e da urbanização, jamais se pode esquecer que o protagonista é o homem com os seus direitos", ressaltou o arcebispo, destacando que, pela primeira vez, o número da população urbana superou o da população rural.

O prelado reconheceu que "a urbanização oferece novas oportunidades para o crescimento econômico". Todavia, "colocar os seres humanos a serviço de meras considerações econômicas cria efeitos desumanos" e reduz as pessoas a objetos, impedindo-as de serem sujeitos desse crescimento.

Ao mesmo tempo, acrescentou, devem ser consideradas as razões que impelem as pessoas a migrar, a fazer sacrifícios, bem como é preciso levar em consideração as angústias e as esperanças que acompanham os migrantes, muitas vezes obrigados a deixar para trás famílias e amigos.

Por isso, disse Dom Migliore, é preciso "ajudar os migrantes a manter as famílias unidas", um modo para encorajá-los a ser responsáveis, respeitosos da lei e a contribuir para o bem da sociedade. Outro problema concernente às emigrações dos campos, frisou o prelado, é o nascimento de megalópoles, com o conseqüente desenvolvimento de bairros inóspitos.

Em 2005, mais de 840 milhões de pessoas viviam em condições de extremas dificuldades, desprovidas de tudo. Essas pessoas tornam-se "prisioneiras de um círculo vicioso de pobreza extrema e marginalização", recordou o prelado.

Em particular, o arcebispo chamou a atenção sobre a condição das crianças que, ao invés de irem à escola, vivem nos lixões, buscando entre os detritos um meio de sobrevivência. Por isso, o apelo aos legisladores e líderes da sociedade civil para que reservem a essas pessoas e a seus problemas uma atenção prioritária em sua agenda.

O prelado disse ainda que não se pode subestimar os terríveis desafios que as comunidades rurais devem enfrentar, em particular nos países em desenvolvimento.

Se quisermos alcançar as Metas do Milênio até 2015, disse, então é preciso ir ao encontro de 675 milhões de seres humanos que ainda não têm acesso à água potável e de dois bilhões que não usufruem de serviços de saúde de base.

"As políticas nacionais e internacionais devem assegurar às comunidades rurais uma melhor qualidade e um maior acesso aos serviços sociais", reiterou Dom Celestino Migliore. (RL/BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.