DOM MARCHETTO: "TURISMO DEVE SER INSTRUMENTO DE DIÁLOGO"
Buenos Aires, 09 abr (RV) - Durante a Assembléia Plenária dos bispos argentinos,
o secretário do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino
Marchetto, interveio para falar sobre a pastoral das migrações, as novas escravidões,
o turismo e as peregrinações.
Em seu discurso, Dom Marchetto parte da constatação
de que vivemos em um mundo cada vez mais complexo. Um dos sinais do nosso tempo é
a mobilidade humana, da qual o turismo é uma expressão.
"Uma nova realidade
como é a do turismo contemporâneo necessita também de uma nova evangelização", afirma
o arcebispo. Nova em seu ardor, em seus métodos e em sua expressão. A evangelização,
portanto, tem que ser fervorosa, porque também no mundo do turismo existe uma realidade
secularizante, atéia ou de indiferença. Segundo o prelado, os turistas internacionais
são 900 milhões e os empregados nesta indústria, em nível mundial, são mais de 200
milhões.
Em algumas regiões turísticas, o turismo contribui para incrementar
o índice de empregos e o desenvolvimento econômico, apesar de ser causa, ao mesmo
tempo, de muitos problemas sociais, culturais e ecológicos. "O turismo não é sempre
belo em seus reflexos", recorda Dom Marchetto, e muitas mulheres e crianças sofrem
por causa do turismo. Nesta tarefa de dar um "rosto humano" a esse fenômeno, a Igreja
deve orientar a formação moral e espiritual dos fiéis e turistas, apoiando também
todos os esforços destinados a uma séria preparação profissional.
Dom Marchetto
destaca ainda que o turismo pode ser uma ocasião privilegiada para o encontro entre
as pessoas. Então, é necessário preparar psicológica e liturgicamente as comunidades,
tanto de acolhida, como de origem, de forma que o encontro turístico enriqueça ambas.
O
arcebispo falou ainda da internet, definindo-a como um oceano com muitos mares; alguns
calmos, outros tempestuosos. Por ser um meio que tende mais à apresentação do que
ao conteúdo, disse ele, temos que nos esforçar para que as páginas que publicamos
reflitam nossa identidade cristã.
Dom Marchetto conclui afirmando que é necessária
uma sinergia entre todas as Igrejas para que a ação pastoral tenha um único denominador:
a pessoa e sua inserção na comunidade. Somente assim, o turismo poderá realizar sua
missão, ou seja, ser instrumento de diálogo, de promoção da paz, de ajuda ao desenvolvimento,
de conhecimento da memória de outros povos e de crescimento espiritual. (BF)