2008-04-09 13:46:52

ALEMANHA: IGREJA NÃO COLABOROU, MAS TAMBÉM NÃO OPÔS RESISTÊNCIA AO NAZISMO


Mogúncia, 09 abr (RV) - A Igreja alemã apresentou ontem, em Mogúncia, o livro "Trabalho Forçado e a Igreja Católica entre 1939 e 1945".

O livro foi apresentado pelo Cardeal Karl Lehmann, bispo da cidade. Trata-se de um relato sobre trabalhadores forçados empregados em instituições católicas durante o nazismo, uma documentação que contribui para esclarecer a conivência católica com o Terceiro Reich.

O Cardeal Lehmann lamentou que a Igreja não tenha se voltado para a discussão do assunto anteriormente: "Não se deve esquecer que a Igreja Católica se manteve por muito tempo cega frente aos destinos e ao sofrimento de trabalhadores forçados oriundos de toda a Europa, entre homens, mulheres, jovens e crianças".

As revelações, acredita o cardeal, não levam somente a uma melhor compreensão do passado, "mas contribuem também para uma lembrança histórica mais precisa, sem a qual não há reconciliação possível".

"Esse trabalho não deve ser visto como um balanço final, mas como um passo ulterior no caminho rumo à pacificação dos cristãos na Alemanha e na Europa", explicou o purpurado.

O documento expõe como aproximadamente seis mil pessoas foram obrigadas a trabalhar em cerca de 800 instituições ligadas à Igreja. Através da pesquisa, foram localizados em torno de 800 sobreviventes, que receberam uma indenização simbólica de 2.500 euros.

Entre os motivos que levaram à conivência da Igreja, estão "motivos patrióticos, bem como o medo da violência da polícia e da SS. Essa situação levou a ambivalências, tensões e ajustamentos, em alguns casos também a erros fatais", disse Karl-Joseph Hummel, diretor da pesquisa.

Ele classificou o comportamento da Igreja Católica sob o nazismo como ''antagonismo cooperativo''. Segundo Hummel, não se pode falar de colaboração da Igreja com o nazismo, mas nem mesmo de resistência. (BF)







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