2008-04-05 13:01:23

DOM TOMASI NA ONU: "NENHUM LUGAR ESTÁ ISENTO DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL"


Genebra, 05 abr (RV) - Apesar da repulsa comum ao racismo, xenofobia e outras formas de intolerância, "nenhum lugar do mundo está isento de experiências de discriminação racial". Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano M. Tomasi.

A intervenção de Dom Tomasi foi feita durante a VII sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que se realizou de 3 a 28 de março, e foi divulgada ontem pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O prelado interveio em suas sessões, nas quais sublinha a necessidade de fundar os direitos humanos na inerente dignidade da pessoa: "Centrar-se na pessoa não é uma justificação para o individualismo", porque "nenhuma pessoa chega a ser tal a não ser em relação com outros, um processo que começa na família natural".

Dom Tomasi explica que esse contexto relacional implica que direitos e deveres são inseparáveis; a cada direito corresponde um dever e de sua interação e da promoção do bem comum depende a vida das comunidades.

Para isso, continua o prelado, deve-se enfrentar a tarefa de proporcionar um meio em que a pessoa possa desenvolver-se sem discriminações.

"Não há lugar do mundo isento de experiências de discriminação étnica, ainda que seja convicção comum de que o racismo, a xenofobia e outras formas de intolerância são internacionalmente condenados", analisa Dom Tomasi.

No atual âmbito de globalização e de pluralização social, o caminho a percorrer "não consiste em um diálogo abstrato de civilizações ou em uma concepção do indivíduo desraigado das relações humanas", mas na interação, na integração e no reconhecimento da diferença e igualdade do outro.

Isso permitirá enfrentar situações de intolerância inclusive religiosa, que demandam, por sua complexidade, uma atitude de colaboração, utilizando os necessários mecanismos internacionais.

De acordo com Dom Tomasi, é necessária uma mudança de atitude, que substitua no coração o medo ou o espírito de dominação pela solidariedade e a abertura aos demais.

"Este é um papel fundamental das religiões, que têm a responsabilidade de oferecer um ensinamento que enfatize a dignidade de todo ser humano e a unidade da família humana", conclui o representante da Santa Sé. (BF)







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