MISERICÓRDIA É FORÇA ATIVA E DINÂMICA NA HISTÓRIA: DESTACA CARDEAL RUINI NO I CONGRESSO
MUNDIAL SOBRE A DIVINA MISERICÓRDIA
Cidade do Vaticano, 03 abr (RV) - "Somente uma atitude interior humilde nos
permitirá sermos verdadeiros servidores da misericórdia de Deus, servidores da alegria
no coração dos homens." É uma das passagens da conferência do arcebispo de Lyon, Cardeal
Philippe Barbarin, proferida esta manhã no "Congresso Apostólico mundial da Divina
Misericórdia", em andamento na Basílica romana de São João de Latrão.
Sucessivamente,
o vigário do papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camilo Ruini, ressaltou que a Igreja
existe para dar testemunho de Cristo e para salvar os homens: somente a misericórdia
coloca em movimento o caminho da reconciliação _ explicou ele.
Sobre o significado
da misericórdia deteve-se ontem, quarta-feira, também o arcebispo de Viena, Cardeal
Christoph Schönborn.
A misericórdia é necessária para fazer de modo que "toda
injustiça no mundo encontre o seu termo no esplendor da verdade". Desse fundamento
ético e espiritual de João Paulo II em sua última viagem à Polônia, em 2002, o Cardeal
Schönborn indica o mandato para toda a Igreja: o de ser "testemunha da misericórdia".
Porém
_ observou o purpurado _ essa semente pode radicar-se somente se for revigorada pela
"luz da verdade". Chamar os pecados por nome _ afirmou o arcebispo de Viena _ significa
reconhecer falimentos e erros: entre esses, o cardeal indicou a eutanásia, definida
como um "homicídio escondido sob o manto da misericórdia". O contrário da misericórdia
é separação de Deus, perda da própria humanidade.
Mas também os corações empedernidos
_ ressaltou o purpurado _ podem amolecer e é possível experimentar, como o bom ladrão
à direita da cruz, o Amor do Senhor. Um Amor que leva o homem à salvação.
Santa
Faustina Kowalska foi uma grande apóstola da Divina Misericórdia. Através dela, o
Senhor mostra um exemplo de perfeição cristã baseada na confiança em Deus e na atitude
misericordiosa para com o próximo. A esse propósito, falou-nos o arcebispo de Vilnius,
Cardeal Audrys Juozas Bačkis. A capital lituana é uma das cidades onde viveu Santa
Faustina Kowalska. Eis então o que nos disse o purpurado:
Cardeal
Audrys Juozas Bačkis:- "Tendo chegado a Vilnius descobri a Divina Misericórdia.
Quando cheguei foi acolhido pela Mãe de Deus. E depois da beatificação de Irmã Faustina,
descobri os traços de toda essa história ligada ao início, justamente em Vilnius,
da difusão da Divina Misericórdia. Sinto o dever, um dever pastoral, de fazer algo
para que essa devoção e, sobretudo, a compreensão do mistério da Divina Misericórdia,
seja sempre percebida na Igreja."
Em Santa Faustina Kowalska _ recordou por
sua vez o Cardeal Schönborn, em sua conferência _ João Paulo II encontrou uma "fonte
inesgotável de esperança", uma resposta às indescritíveis proporções assumidas pelo
mal no Séc. XX: os horrores do nazismo, os inacreditáveis sofrimentos da população
polonesa durante a ocupação nazista e o sucessivo período comunista. (RL)