DOM PASINYA: "PODER POLÍTICO QUE NÃO GARANTE BEM COMUM É INÚTIL"
Gombe, 1º abr (RV) - O arcebispo de Kinshasa e presidente do episcopado congolês,
Dom Laurent Monsengwo Pasinya, participou neste final de semana da segunda edição
do "Ateliê" dos católicos engajados na política, realizada na cidade de Gombe.
Em
sua conferência, o arcebispo fez uma análise sobre o significado da ação política
hoje: "O poder político tem sentido somente se a sua ação garante o bem comum da sociedade,
ou seja, se é o conjunto das condições que permite a cada membro da comunidade ter
acesso ao desenvolvimento integral. Isso quer dizer que um poder público que não se
preocupa com o bem comum, ou que se ocupa dos assuntos privados dos governantes, é
um poder irresponsável, um poder político inútil, pois se trata de uma contradição
em termos. Não se pode fazer política sem gerir a coisa pública em benefício do povo".
Na
sua intervenção, Dom Laurent destacou que no Congo hoje é preciso recuperar os valores
que estão na base da convivência civil para permitir ao país sair da grave crise que
está vivendo.
"A política não prescinde da moral, pois dela depende a vida
da comunidade. Os cristãos engajados na política devem, portanto, lutar para que os
valores humanos e culturais autênticos sejam promovidos, a fim de facilitar na sociedade
a prática da virtude", afirmou.
A propósito, o arcebispo relacionou a política
com o resgate da memória histórica, afirmando que "um povo sem memória corre o risco
de ser um povo sem história". (BF)