2008-04-01 20:46:03

BENTO XVI VAI PRESIDIR AMANHÃ, 02 DE ABRIL, MISSA PELO 3º ANIVERSÁRIO DE MORTE DE JOÃO PAULO II


Cidade do Vaticano, 1º abr (RV) - A Igreja viverá amanhã, 2 de abril, um momento de grande intensidade espiritual: de fato, estaremos celebrando o terceiro aniversário de morte de João Paulo II. Bento XVI presidirá, às 10h30 locais, na Praça São Pedro, a uma missa em sufrágio de seu amado predecessor.

A Rádio Vaticano estará transmitindo essa celebração ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa cujas emissoras nos retransmitem, a partir das 5h20 da manhã desta quarta-feira (horário de Brasília).

Esta noite, na Cripta Vaticana, terá lugar uma Vigília de oração dos jovens, presidida pelo arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, ex-secretário particular do papa Wojtyla.

Portanto, já se passaram três anos da morte do inesquecível papa polonês, que voltou à Casa do Pai quando a Igreja já celebrava a Solenidade da Divina Misericórdia, instituída justamente por ele. Um culto _ do qual foi apóstola Irmã Faustina Kowalska _ que marcou todo o pontificado de João Paulo II.

Como Karol Wojtyla, o culto da Divina Misericórdia nasceu no coração da Polônia. Tem por apóstola uma pequena religiosa polonesa, Irmã Faustina Kowalska, a quem, em 1931, aos 26 anos, Jesus apareceu em visão, ressuscitado e bendizendo. Jesus pediu a Faustina que Sua imagem fosse pintada com dois raios que saem de Seu coração, acompanhada da frase "Jesus, eu confio em Ti". Um símbolo que acompanha a vida de Karol Wojtyla e que, 70 anos depois, se tornará, graças justamente ao primeiro papa filho da Polônia, culto da Igreja presente no mundo inteiro:

"Essa mensagem consoladora se dirige, sobretudo, a quem, aflito por uma provação particularmente dura ou esmagado pelo peso dos pecados cometidos, perdeu toda confiança na vida e é tentado a ceder ao desespero. A essa pessoa se apresenta a face doce de Cristo, sobre ela chegam aqueles raios que partem de Seu coração e iluminam, aquecendo, indicando o caminho e infundindo esperança" _ disse João Paulo II.

Vinte anos antes do Jubileu do Ano 2000, João Paulo II dedicou a esse Mistério a encíclica "Dives in Misericordia". O papa nos ensina que o homem não somente recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a usar de misericórdia para com os outros. Portanto, misericórdia e perdão são um binômio inseparável. No dia 30 de abril do ano 2000, canonizou Irmã Faustina, tão querida por ele, e instituiu, para o segundo domingo de Páscoa, o "Domingo da Divina Misericórdia":

"E você, Faustina _ disse João Paulo II naquela ocasião _ consiga nos fazer perceber a profundidade da Divina Misericórdia e testemunhá-la aos irmãos. A sua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, impulsione os pecadores à conversão, elimine as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade."

Também a última mensagem de João Paulo II, lida na Praça São Pedro após a sua morte, é uma consagração do mundo inteiro à Divina Misericórdia. Ressoam ainda hoje as palavras de Karol Wojtyla, que nos encorajam a não ter medo, a confiar em Jesus, em Sua Misericórdia:

"Hoje façamos nossa a sua oração de confiante abandono, e digamos com firme esperança: 'Jesus, eu confio em Ti'."

Portanto, como recordamos, João Paulo II dedicou a sua segunda encíclica justamente à Divina Misericórdia. Uma escolha de grande atualidade, como ressaltou, nos microfones da Rádio Vaticano, o presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Paul Poupard. Eis o que disse:

Cardeal Paul Poupard:- "A Misericórdia é o segundo nome do amor. 'Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso' _ 'Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia'. Recordo que, no primeiro Congresso do qual participei em Collevalenza (próximo a Roma), no primeiro aniversário dessa encíclica, eu havia aberto as enciclopédias teológicas, os dicionários, os manuais de teologia, buscando inutilmente a palavra 'misericórdia'. E João Paulo II a colocou no centro. E assim nos recordou que em nosso mundo, no qual seria necessário ter o coração liquefeito ao passo em que, muitas vezes, o coração está petrificado, precisamos voltar a meditar como ele, citando mil vezes a 'Gaudium et spes' (Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje), dizendo-nos: 'Somente a verdade sobre Deus permite descobrir a verdade sobre o homem", e 'Misericórdia é o segundo nome de Deus'. Nós vivemos num mundo no qual tanta gente vive às presas com a inquietação, o ressentimento, a violência e a injustiça. Portanto, é de primeira importância apresentar o mistério de Deus em Seu coração, o coração traspassado na Cruz. Essa é a grande mensagem que é, ao mesmo tempo, teológica e pastoral, e creio que, à distância de anos, precisamos ainda mais disso: quando ouvimos o rádio, assistimos algo na televisão, lemos os jornais, vemos muitas coisas dramáticas no mundo; e vem à minha mente o dito do meu compatriota francês Georges Bernanos, que dizia: 'O mundo moderno bate os dentes de frio'. A Misericórdia nos aquece o coração." (RL)







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