2008-03-30 14:34:01

BENTO XVI: MISERICÓRDIA E PERDÃO SÃO NÚCLEO CENTRAL DA MENSAGEM DE JOÃO PAULO II


Cidade do Vaticano, 30 mar (RV) - Do pátio da residência de Castel Gandolfo, onde está transcorrendo uma semana de repouso, o pontífice rezou esta manhã a oração do Regina Coeli com os fiéis e peregrinos.

Falando em conexão audiovisual com a Praça São Pedro, Bento XVI recordou que durante o Jubileu do Ano 2000 João Paulo II estabeleceu que, em toda a Igreja, o domingo sucessivo à Páscoa, denominado Domingo in Albis, fosse chamado também Domingo da Divina Misericórdia.

A inesquecível noite de 2 de abril de 2005, quando João Paulo II encerrou sua vida terrena, era justamente o segundo domingo de Páscoa e muitos notaram a coincidência, que unia em si a dimensão mariana do primeiro sábado do mês e a da Divina Misericórdia.

A mensagem de João Paulo II foi recordada por ele mesmo, quando, em 2002, inaugurando o grande Santuário da Divina Misericórdia em Cracovia-Lagiewniki, anunciou que "não há nenhuma outra fonte de esperança para os seres humanos senão a misericórdia de Deus".

Bento XVI citou o exemplo de Santa Faustina Kowalska (humilde religiosa polonesa, nascida em 1905 e falecida em 1938 e canonizada em abril de 2000), definindo-a "zelosa mensageira de Jesus Misericordioso".

"Como Irmã Faustina, João Paulo II se fez, por sua vez, apóstolo da Divina Misericórdia: sua mensagem, assim como a de Santa Faustina, reconduz ao rosto de Cristo, suprema revelação da misericórdia de Deus. Contemplar constantemente aquela imagem: esta é a herança que ele deixou e que nós, com alegria, recebemos e assumimos."

No breve discurso proferido antes da oração do Regina Caeli, que substitui o Angelus no tempo pascal, o papa revelou que a misericórdia é, na realidade, o núcleo central da mensagem evangélica. É o próprio nome de Deus, a imagem com a qual Ele se revelou na Antiga Aliança e plenamente em Jesus Cristo, encarnação do Amor criador e redentor.

"Este amor misericordioso ilumina também a imagem da Igreja e se manifesta por meio dos Sacramentos, em especial o da Reconciliação, e por meio de obras de caridade, comunitárias e individuais", acrescentou Bento XVI

Segundo o pontífice, "tudo o que a Igreja diz e faz manifesta a misericórdia que Deus nutre pelo homem. E até quando a Igreja deve evocar uma verdade renegada, ou um bem traído, o faz sempre movida pelo amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância. Da misericórdia divina, que pacifica os corações, brota a autêntica paz no mundo, a paz entre os povos, culturas e religiões diversas".

Em seguida, Bento XVI anunciou que, nos próximos dias, a misericórdia divina será tema do primeiro Congresso Apostólico Mundial, que será aberto na manhã de 2 de abril, quarta-feira, com a missa, presidida por ele, no terceiro aniversário da morte do Servo de Deus João Paulo II.

Concluindo, o papa confiou o Congresso sob a celeste proteção de Maria, Santíssima Mater Misericordiae: "A Ela confiamos a causa da paz no mundo, para que a misericórdia de Deus realize aquilo que é impossível às forças humanas e infunda nos corações a coragem do diálogo e da reconciliação".

Após a sua alocução, o papa rezou a oração do Regina Coeli com os fiéis, fez as suas saudações em várias línguas e concedeu a bênção apostólica. Seu retorno ao Vaticano está previsto para hoje, com partida, de helicóptero, de Castel Gandolfo às 18h30 locais, ou seja, 13h30 de Brasília. (CM/BF)







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