IGREJA COLOMBIANA PEDE MAIS UMA VEZ LIBERTAÇÃO DE BETANCOURT
Bogotá, 29 mar (RV) – A ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt,
refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) desde 2002, recebeu tratamento
médico emergencial no fim do mês de fevereiro. Seu estado de saúde seria "extremamente
grave", como relatou Dom Luis Augusto Castro Quiroga, presidente da Conferência Episcopal
Colombiana, ao citar fontes confiáveis.
As Farc fizeram uma grande operação
paralela à libertação dos quatro últimos reféns soltos para garantir os cuidados básicos
de saúde a Betancourt. Cerca de 300 guerrilheiros foram mobilizados. Eles isolaram
um vilarejo inteiro do restante do país para dar o atendimento à ex-senadora.
O
local fica num distrito de San José del Guaviare, área de selva densa, onde vivem
menos de mil pessoas. A população foi isolada sob a mira de armas. Essa teria sido
a quarta vez que Ingrid foi levada à região para receber um tratamento de saúde improvisado.
O padre Manuel Mancera, pároco da região para onde ela foi levada, ao citar
relatos dos camponeses que estiveram com Ingrid naquele período disse que ela teria
perdido a vontade de viver. Acrescentou que a ex-senadora não queria falar com ninguém
nem comer e que chorava muito.
Mais uma vez, a Igreja Católica, setores políticos
e ex-reféns das FARC pediram ontem para que a guerrilha liberte Íngrid Betancourt.
"Gostaria
de pedir que a guerrilha faça neste momento essa cortesia a Ingrid e a todos os colombianos,
que a sua libertação seja uma decisão imediata", disse Dom Castro Quiroga.
Por
sua vez, também o sacerdote Darío Echeverry, integrante da Comissão Nacional de Conciliação
(CCN), afirmou que as FARC "não podem deixar Ingrid Betancourt morrer nem os demais
seqüestrados".
"As FARC podem contar com o amparo de qualquer bispo. Não podemos
deixar Ingrid morrer", declarou Echeverry, acrescentando que a libertação de Betancourt
"pode abrir, sem dúvida, a possibilidade para um acordo humanitário".
Os apelos
foram feitos poucas horas depois da divulgação de informações sobre o grave estado
de saúde de Ingrid e depois da autorização do presidente colombiano, Álvaro Uribe,
de libertar rebeldes das FARC em troca de reféns. (BF/AC)