FILME HOLANDÊS ANTIISLÂMICO PROVOCA POLÊMICA NA EUROPA
Bruxelas, 29 mar (RV) - O filme antiislâmico "Fitna", lançado na internet na
noite desta quinta-feira pelo deputado holandês Geert Wilders, está causando polêmica
na Europa.
Em comunicado, a União Européia (UE) afirmou que o filme "não tem
outro objetivo além de fomentar o ódio". "A União Européia e seus Estados-membros
aplicam o princípio da liberdade de expressão, que é parte de nossos valores e nossas
tradições. Ainda assim, essa deveria ser exercida em espírito de respeito por todo
credo e religião", diz o comunicado da UE.
Já o Conselho das Igrejas holandesas
define o filme como "uma lamentável caricatura do Islã". “A sensação que o filme evoca
é unívoca e provocatória", afirma o secretário-geral do Conselho, Klaas van der Kamp,
em comunicado divulgado ontem. "As Igrejas holandesas crêem que a sociedade não deveria
ser guiada pelo medo. Se existem problemas entre os vários grupos que a compõem, os
mesmos devem ser resolvidos com o dialogo recíproco", declara.
O premiê holandês,
Jan Peter Balkenende, se disse "contrariado" e o ministro das Relações Exteriores,
Maxime Verhagen, informou que contatou as embaixadas "dos países envolvidos".
Os
países islâmicos também condenaram a iniciativa do deputado de extrema-direita holandesa.
O Irã afirmou que se trata de "vingança" de alguns ocidentais contra a religião muçulmana.
O governo de Bangladesh condenou "do modo absoluto" o filme de Wilders. "Esta ação
insensata e completamente injustificada poderia ter graves conseqüências, porque ofende
milhões de muçulmanos em todo o mundo", declarou em comunicado o Ministério das Relações
Exteriores bengalês.
O curta-metragem de 17 minutos, criado por Geert Wilders,
critica o caráter "fascista" do Corão, em uma montagem de imagens dos atentados no
World Trade Center e em Madri, de execuções em países muçulmanos não identificados
e de trechos do livro sagrado dos muçulmanos. (BF)