Tibete: confrontos no terreno e a nivel diplomático. O boicote ás Olimpiadas soma
apoios
(27/3/2008) A China manifestou ontem total oposição a possíveis encontros entre o
Dalai Lama e dirigentes políticos, durante a visita do líder tibetano a França. Entretanto,
há 135 mortes confirmadas, embora os tibetanos admitam que o número possa ser “10
vezes maior”. A reacção chinesa segue-se ao anúncio de uma visita a França do
Dalai Lama, e de um possível encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. A
secretária de Estado francesa dos Direitos Humanos, Rama Yade, disse estar disposta
a encontrar-se com o líder tibetano, durante a visita, planeada para meados de Agosto,
altura em que decorrem os Jogos Olímpicos de Pequim. Com as autoridades chinesas
criticadas pela forma como têm reprimido os protestos, enviando milhares de tropas
para o Tibete e outras províncias a menos de cinco meses do início dos Jogos Olímpicos,
a França endureceu o discurso. O presidente Sarkozy não descartou a possibilidade
de boicotar a cerimónia de abertura dos Jogos de Pequim. “Todas as opções estão abertas”,
disse Sarkozy, apelando ao “sentido de responsabilidade” da liderança chinesa para
lidar com os protestos tibetanos. Apesar de estar preocupado com o balanço da repressão
chinesa (135 mortos, mil feridos e 499 detidos), o presidente do Parlamento tibetano
no exílio, defendeu no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a realização dos Jogos Olímpicos
de Pequim, como forma de sujeitar a China às regras internacionais e de estar sob
os holofotes da Imprensa.
Reagindo às afirmações do presidente francês,
Nicolas Sarkozy, que admitiu a possibilidade de os Jogos Olímpicos serem boicotados,
Pequim apelou à comunidade internacional para não os politizar.
Em declarações
à Imprensa japonesa, o vice-presidente da China, Xi Jinping, disse que Pequim garante
o êxito dos Jogos Olímpicos mas não pode aceitar que sejam politizados. Depois dos
presidentes do Parlamento Europeu e da França admitirem o boicote, ontem também a
Bélgica manifestou uma posição similar.