Presidente da República Portuguesa em visita oficial a Moçambique
(24/3/2008) O Presidente da República Portuguesa , Cavaco Silva, inicia hoje uma
visita oficial de três dias a Moçambique que pretende assinalar “um novo ciclo” nas
relações entre os dois países, disse uma fonte oficial da Presidência. O novo quadro
nas relações é justificado com o conjunto “de desafios vencidos” pela antiga colónia
portuguesa, nomeadamente a implementação do processo de paz, saído dos acordos de
Roma de 1992, e a consolidação da democracia.
Como sinal para a importância
da visita, acompanham Cavaco Silva quatro ministros portugueses (Negócios Estrangeiros,
Defesa, Educação e Cultura) e os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e
Cooperação e do Comércio bem como deputados dos partidos com assento no Parlamento.
Na comitiva estão ainda representadas 45 empresas portuguesas, que integram os principais
investidores portugueses em Moçambique. Durante a sua presença em Moçambique, Cavaco
Silva manterá um extenso programa institucional, com intervenções com o seu homólogo
e na Assembleia da República, e receberá ainda o líder da oposição, Afonso Dhlakama,
presidente da Renamo.
Na capital moçambicana, o Chefe de Estado participa no
colóquio «Português, Língua global» – que junta nomes como Luís Bernardo Honwana,
Francisco José Viegas, Licínio de Azevedo e Valter Hugo Mãe – e manterá encontros
com a numerosa comunidade portuguesa residente em Moçambique. Na única deslocação
fora de Maputo, Cavaco Silva viaja para a Ilha de Moçambique, a emblemática primeira
capital do espaço que é hoje o país a que deu o nome e declarada património mundial
pela Unesco. A Ilha, na província de Nampula, norte, é hoje um local à procura de
uma intervenção urgente que a reabilite dos efeitos causados pelo dramático aumento
da sua população nos anos da guerra civil (1976-1992). A intervenção, na qual a cooperação
portuguesa se tem empenhado, obriga a um projecto integrado de desenvolvimento, em
conjunto com as autoridades moçambicanas, e envolvendo as áreas continentais adjacentes,
de acordo com um recente estudo A visita de Cavaco Silva a Moçambique demonstra
o interesse recíproco no reforço das relações bilaterais face à “marginalização” a
que têm sido votadas importantes áreas de cooperação, nomeadamente de âmbito cultural,
defendem os principais partidos políticos moçambicanos. O Presidente português
quer dar um novo impulso às relações económicas entre os dois países, contribuindo
para que se dê início a um novo ciclo de cooperação entre empresários portugueses
e moçambicanos, baseado não só nas trocas comerciais, mas em parcerias sólidas para
o desenvolvimento de projectos de investimento.
Uma cooperação com horizontes
largos, que não se limite aos seus próprios mercados, mas que se estenda a outros
países da região.