2008-03-23 13:25:09

A fé é uma força de paz e reconciliação no mundo: fica superada a distância, no Senhor tornamo-nos próximos: Bento XVI na homilia da Vigilia Pascal


(23/3/2008) As pessoas baptizadas e crentes nunca são verdadeiramente estranhas uma á outra. Segundo Bento XVIPodem separar-nos continentes, culturas, estruturas sociais ou mesmo distâncias históricas. Mas, quando nos encontramos, reconhecemo-nos com base no mesmo Senhor, na mesma fé, na mesma esperança e no mesmo amor, que nos formam.”.
É um hino ao laço que através do Baptismo une todos os fiéis, a homilia de Bento XVI durante a celebração da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro durante a qual administrou o Sacramento do Baptismo a sete catecúmenos, cinco mulheres e dois homens, provenientes da Itália, Republica do Camarões, China, Estados Unidos e Peru.
Para o Papa a realidade do Baptismo consiste nisto: Ele, o Ressuscitado, vem; vem até vós e une a sua vida com a vossa conservando-vos dentro do fogo vivo do seu amor. Passais a ser uma unidade: sim, um só com Ele e, deste modo, um só entre vós.”
No encontro entre cristãos, segundo Bento XVI “experimentamos que o fundamento das nossas vidas é o mesmo. Experimentamos que, no mais fundo do nosso íntimo, estamos ancorados à mesma identidade, a partir da qual todas as diferenças exteriores, por maiores que sejam, resultam secundárias”.
Os crentes nunca são totalmente estranhos um ao outro. Estamos em comunhão por causa da nossa identidade mais profunda: Cristo em nós. Deste modo, a fé é uma força de paz e reconciliação no mundo: fica superada a distância, no Senhor tornamo-nos próximos.

Numa homilia de elevado conteúdo teológico, o Papa explicou também as simbologias ligadas aos elementos da água, da luz e do fogo..No Baptismo, Jesus como que nos toma pela mão, conduz-nos pelo caminho que passa através do Mar Vermelho deste tempo e introduz-nos na vida duradoura, na vida verdadeira e justa. Agarremos bem a sua mão! Suceda o que suceder e implicando mais ou menos connosco, não larguemos a sua mão! Caminharemos então pela via que conduz à vida.
E a luz é a luz da verdade, como o fogo é o fogo do amor que transforma o ser humano.

Esta luz da verdade que nos aponta o caminho, não deixemos que se apague. Protejamo-la contra todas as forças que pretendem extingui-la para nos lançar novamente na escuridão de Deus e de nós mesmos.

De vez em quando – prosseguiu depois o Papa - a escuridão pode-nos parecer cómoda. Posso esconder-me e passar a minha vida dormindo. Nós, porém – salientou - não somos chamados a viver nas trevas, mas na luz.
Esta luz explicou depois o Papa - é ao mesmo tempo também fogo, força que nos vem de Deus: uma força que não destrói, mas quer transformar os nossos corações, para nos tornarmos verdadeiramente homens de Deus e para que a sua paz se torne operativa neste mundo.
A concluir a sua homilia da Vigília pascal, Bento XVI deteve-se também sobre as expressões da Igreja antiga “Conversi ad Dominum – agora voltai-vos para o Senhor”, e “Sursum corda – corações ao alto”.
Sempre de novo nos devemos afastar das direcções erradas, em que tão frequentemente nos movemos com o nosso pensar e agir. Sempre de novo nos devemos voltar para Ele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sempre de novo nos devemos tornar “convertidos”, com toda a vida voltada para o Senhor. E sempre de novo devemos deixar que o nosso coração seja subtraído à força da gravidade, que o puxa para baixo, e levantá-lo interiormente para o alto: para a verdade e o amor”.
(texto integral em documentos do Vaticano)







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