2008-03-20 12:26:34

A humanidade é tentada pelo desejo de uma liberdade sem limites, salientou o Papa na Homilia da Missa Crismal. Bento XVI pediu aos sacerdotes, vigilância e rectidão no seu serviço a Deus e aos homens.


(20/3/2008) A tentação da humanidade é sempre aquela de querer ser totalmente autónoma. Recordou Bento XVI na homilia da Missa crismal concelebrada na manhã desta quinta feira com o cardeal vigário para a diocese de Roma Camilo Ruini e cerca de 1600 sacerdotes. Para o Papa é um erro recorrente na história, aquele cometido por quem quer seguir apenas a sua própria vontade, considerando que somente graças a tal liberdade sem limites o homem seria completamente homem, se tornaria divino. Assumindo esta posição e iludindo-se assim, de ser verdadeiramente livres - explicou o Papa – na realidade colocamo-nos contra a verdade.
Pelo contrário nós devemos partilhar a nossa liberdade com os outros e podemos ser livres somente em comunhão com eles. Esta liberdade partilhada – segundo Bento XVI – pode ser liberdade verdadeira somente se com ela entramos naquilo que constitui a própria medida da liberdade, se entramos na vontade de Deus.
O pecado de Adão – sublinhou depois o Papa – consistia precisamente no facto de que ele queria realizar a sua vontade e não a vontade de Deus. Mas Jesus ensinou-nos a dizer: Não se faça a minha vontade mas a Tua vontade.
De facto, com estas palavras – no Jardim das Oliveiras venceu a batalha decisiva contra o pecado, contra a rebelião do coração.
Aos Padres da diocese de Roma, Bento XVI recordou depois que, se esta obediência fundamental faz parte do ser homem, torna-se ainda mais concreta no sacerdote: nós não anunciamos a nós próprios, mas Ele e a Sua Palavra, que não podemos idear sozinhos . Portanto não inventamos a Igreja assim como desejaríamos que fosse, mas anunciamos a Palavra de Cristo de maneira justa somente na comunhão do Seu Corpo. Devemos seguir – acrescentou – o exemplo de Jesus que quis ser o servo de todos e com o gesto do amor até ao fim, lava os nossos pés sujos, com a humildade do seu servir purifica-nos da doença da nossa soberba.
Servir – disse ainda o Papa, dirigindo – se aos sacerdotes significa proximidade, exige familiaridade . Uma familiaridade que traz em si também um perigo: que o sagrado, por nós encontrado continuamente, se torne um hábito. Apaga-se assim o temor reverencial. Condicionados por todos os hábitos perdemos a percepção do facto grande, novo, surpreendente, que Ele próprio está presente, fala-nos, se dá a nós. Contra este hábito á realidade extraordinária, contra a indiferença do coração – concluiu Bento XVI – devemos lutar sem trégua reconhecendo sempre de novo a nossa insuficiência e a graça que consiste no facto de Ele se entregar assim nas nossas mãos. Servir significa proximidade, mas significa sobretudo também obediência








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