Cidade do Vaticano, 18 mar (RV) - A informação, principalmente a televisão,
se esquece das crises consideradas "menores" no mundo. É o que emerge de um relatório
elaborado por "Médicos sem Fronteiras" e publicado ontem pelo jornal "L'Osservatore
Romano".
"Conflitos e situações de pobreza extrema marcam inúmeras áreas do
planeta, mas não são notícia ou não têm prioridade na pauta da informação", escreve
o jornal vaticano.
Na lista das dez crises mais esquecidas pelos noticiários
italianos em 2007, está a da República Centro-Africana, totalmente ausente da televisão,
seguida pelos conflitos na República Democrática do Congo e no Zimbábue.
Já
Mianmar, com 229 reportagens em um ano, teve a crise mais veiculada e foi "descoberta"
pela mídia com a revolta dos monges, em setembro.
Na mídia italiana, que inclui
também os jornais, a única exceção é o interesse por essas áreas do mundo manifestado
pela imprensa de cunho católico.
Outro mal denunciado no relatório é o "silêncio
que mata", em alusão aos mais de 2 milhões de pessoas mortas de tuberculose em 2007.
Para combater a doença, foram gastos 200 milhões, contra os 2 bilhões de dólares destinados
à pesquisa sobre a gripe aviária, que matou 80 pessoas. (CM/BF)