2008-03-15 10:35:08

PECADOS "SOCIAIS" SÃO CONSEQUÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO, AFIRMA DOM GIROTTI


Cidade do Vaticano, 15 mar (RV) - Em entrevista concedida ao jornal "L'Osservatore Romano", publicada domingo passado, Dom Gianfranco Girotti, membro da Penitenciaria Apostólica, afirmou que existem "novas formas de pecado social", adaptadas à realidade da globalização.

Transgressões "modernas" como a manipulação genética, a poluição ambiental, o uso de drogas e as desigualdades sociais não devem ser confundidas com o elenco dos piores pecados (gula, luxúria, avareza, ira, soberba, inveja e preguiça) chamados "capitais". Capital vem do latim caput, que significa cabeça. São pecados que geram muitos outros.

Segundo Dom Girotti, o maior perigo para a alma hoje é "o mundo desconhecido" da bioética: "Dentro da bioética há áreas onde devemos denunciar, sem qualquer espécie de dúvida, algumas violações dos direitos fundamentais do ser humano, principalmente algumas experiências de manipulação genética, cujo resultado é difícil de prever e controlar".

No campo social, o principal perigo é o tráfico e o consumo de drogas. "A droga enfraquece a psique e obscura a inteligência, deixando muitos jovens fora do circuito da Igreja", explicou. Injustiças sociais e econômicas são uma grande ofensa e os fiéis devem pedir perdão e fazer penitência. "A desigualdade social, quando os ricos se tornam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, alimenta uma insuportável injustiça". Dom Girotti pediu também uma maior consciência ambiental e colocou na lista de pecados as ofensas ecológicas.

O bispo recordou que o pecado deixou de ser apenas uma questão pessoal e passou a ter influência mais ampla dentro da sociedade por causa da globalização. "A atenção ao pecado agora é mais urgente por causa dos reflexos maiores e mais destruidores que pode ter", declarou ao jornal.

De fato, na entrevista, Dom Girotti recordou que entre os grandes pecados estão o aborto e a pedofilia e comentou o escândalo dos abusos sexuais cometidos por sacerdotes. Ele admitiu que se trata de um problema grave, mas denunciou uma espécie de campanha contra a Igreja Católica por parte dos meios de comunicação.

A entrevista foi concedida após um curso de atualização, de seis dias, ministrado por ele aos padres confessores, no Vaticano. (CM/BF)







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