DOM TOMASI NA ONU: ASSISTÊNCIA MÉDICA É DIREITO FUNDAMENTAL
Cidade do Vaticano, 15 mar (RV) - O representante da Santa Sé no Conselho dos
Direitos Humanos da ONU, Dom Silvano Maria Tomasi, defendeu em Genebra o acesso universal
à saúde, um direito que diz respeito a todos os seres humanos desde a sua concepção
até sua morte natural.
"Jamais devemos ignorar ou negar o direito à vida dos
que estão em situação mais vulnerável e dependem inteiramente dos cuidados dos outros",
frisou, citando em particular "os bebês durante a gravidez e os que apresentam doenças
graves".
O arcebispo italiano fez o pronunciamento na sétima sessão do Conselho,
que está em andamento na cidade suíça, após a apresentação de um relatório sobre saúde
física e mental.
Dom Tomasi relacionou o direito à saúde ao desenvolvimento,
citando uma intervenção recente de Bento XVI, para quem "a construção de um futuro
mais seguro para a família humana significa, acima de tudo, trabalhar pelo desenvolvimento
integral dos povos, em particular mediante a oferta de uma assistência sanitária adequada"
e da "eliminação de pandemias como a AIDS".
Falando de um conceito de saúde
que ultrapassa a mera ausência de doenças, o representante da Santa Sé denunciou a
necessidade de garantir o acesso à assistência espiritual como uma das condições para
garantir "o pleno direito à saúde".
Dom Tomasi ressaltou o papel fundamental
das organizações religiosas no reforço das estruturas de saúde. "Freqüentemente, elas
assumem a responsabilidade de proporcionar assistência sanitária, sobretudo aos setores
mais pobres da população e aos que vivem em áreas rurais", recordou.
Segundo
o expoente da Santa Sé, "em muitas ocasiões, essas organizações são excluídas do planejamento
de ações e dos financiamentos, essenciais para a sua atividade, e que são destinados,
em particular, ao combate de pandemias como a AIDS, a tuberculose, a malária e outras
doenças que atingem as faixas mais pobres da sociedade".
O observador permanente
da Santa Sé concluiu seu discurso com um apelo em favor dos refugiados, deslocados
internos e outros migrantes, que em muitos países são privados dos mais elementares
serviços de saúde. (CM/BF)