EVO MORALES ACEITA MEDIAÇÃO DA IGREJA NA CRISE POLÍTICA BOLIVIANA
La Paz, 14 mar (RV) - O presidente Evo Morales aceitou a mediação da Igreja
e de outras instituições nacionais e internacionais para facilitar o diálogo com a
oposição conservadora e encontrar uma solução para a crise política que paralisa o
país.
Morales declarou: "Quero dizer às autoridades, aos governadores e aos
prefeitos que o diálogo está aberto, mas deve ser transparente, sincero, com propostas
concretas... Se querem a mediação de observadores internacionais, da Igreja Católica
ou da Igreja Evangélica, sejam bem-vindos para discutir juntos os problemas do país".
O
presidente Morales acrescentou que é preciso unir os bolivianos para buscar a igualdade
social com a solidariedade, "aproveitando de modo mais eficaz os recursos econômicos
que temos".
Por sua vez, a Igreja Católica da Bolívia aceitou ser "facilitadora"
do diálogo. “A Igreja Católica está aberta a estudar as possibilidades que possam
ser oferecidas pelas partes em conflito para facilitar um encontro", declarou o secretário-geral
da Conferência Episcopal Boliviana, Dom Jesús Juarez Párraga.
Todavia, Dom
Juárez Párraga esclareceu que a Igreja "não fala de mediação, mas de facilitação.
E o que vai fazer é estudar e buscar a forma de também por seu grão de areia na busca
da paz e da justiça".
O motivo da crise é a nova Constituição "plurinacional"
sobre as autonomias regionais, que Morales quer levar a referendo.
A respeito
da crise política e a poucos dias do início da Semana Santa, a Conferência Episcopal
da Bolívia divulgou ontem o Documento "Para que o povo tenha vida", no qual se oferecem
algumas orientações pastorais em vista do projeto de Constituição Política do Estado
(CPE).
Os bispos recordam a responsabilidade de cada um "de expressar a voz
sobre os temas fundamentais que interessam as pessoas e o bem comum da nossa sociedade".
Os bispos se declaram preocupados com as pressões e a violência que há muito
tempo caracterizam o debate político e reiteram, mais uma vez, que "o dialogo é o
único meio para alcançar um acordo, um diálogo baseado sobre a transparência e o mútuo
respeito em vista do bem comum e da dignidade humana". (BF)