2008-03-13 20:36:05

BENTO XVI: HAITI PRECISA DE AJUDAS ECONÔMICAS E DE SACERDOTES "FIDEI DONUM"


Cidade do Vaticano, 13 mar (RV) - Bento XVI recebeu hoje em audiência os bispos do Haiti, por ocasião de sua visita ad Limina.

O Santo Padre falou sobre a miséria, o desemprego, como também sobre "as divisões e injustiças" que afligem a Ilha caribenha.

Os níveis de desenvolvimento econômico e demográfico são eloqüentes em sua objetividade: o Haiti é a nação mais pobre do Caribe; menos da metade de seus habitantes tem um trabalho estável; tem uma expectativa de vida que não ultrapassa os 50 anos e uma população em sua metade analfabeta e desprovida de acesso à água potável; sem contar que para reservas alimentares e energia elétrica os haitianos dependem, em grande parte, do fornecimento externo.

Assim, desde o início de seu discurso, o papa lançou uma série de apelos à solidariedade: "Peço ao Senhor que coloque no coração de todos os haitianos, em particular das pessoas que têm uma responsabilidade social, a coragem de promover a mudança e a reconciliação, a fim de que os habitantes do país tenham condições de vida dignas e que se beneficiem com os bens da terra dentro de uma solidariedade sempre maior. Não posso esquecer aqueles que são obrigados a emigrar para satisfazer suas necessidades. Faço votos de que a comunidade internacional prossiga e intensifique o seu apoio ao povo haitiano, para permitir-lhe assumir as rédeas de seu futuro e de seu desenvolvimento".

A crise do país acaba inevitavelmente atingindo também as relações familiares. O pontífice partilhou a preocupação dos bispos haitianos pela "perda progressiva do sentido do matrimônio e da família", colocados "no mesmo nível de outras formas de união".

Através das palavras do documento conciliar Gaudium et spes (Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo), o pontífice relançou a necessidade de uma pastoral atenta às famílias, de modo particular às famílias mais jovens, para que sejam auxiliadas e formadas para o "respeito pela vida".

O Santo Padre dedicou amplo espaço de seu discurso ao crescimento do clero haitiano, pedindo que os sacerdotes se abstenham de compromissos políticos e que se dispense mais atenção às vocações, buscando grupos de formadores para os seus seminários:

"Convido os senhores a proverem com os episcopados de outros países o fornecimento de formadores especialistas, com uma vida sacerdotal exemplar, para acompanhar ao longo das várias etapas a formação humana, moral, espiritual e pastoral dos futuros sacerdotes, dos quais as suas dioceses precisam. Disso depende o futuro da Igreja no Haiti. Possam as Igrejas locais acolher esse apelo e aceitar doar sacerdotes que contribuam para a formação dos seminaristas, segundo o espírito da encíclica Fidei donum."

Nas palavras de Bento XVI foi também recordada a viagem apostólica que João Paulo II fez à Ilha caribenha, 25 anos atrás, e o lema que a acompanhou. Um lema que incitava a uma mudança, para a qual Bento XVI ressaltou a contribuição das escolas católicas, muito estimadas no Haiti pelo trabalho prestado: "Façam com que os jovens haitianos saibam que o papa confia neles, que conhece sua generosidade e seu desejo de realizar com sucesso a própria vida, que Cristo os chama a uma existência sempre mais bonita e que recordem que somente Ele é portador da verdadeira mensagem de felicidade que dá sentido à existência. Um país que quer desenvolver-se, uma Igreja que quer ser mais dinâmica, deve inicialmente concentrar os seus esforços na juventude". (RL/BF)







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