2008-03-13 13:11:46

"A coragem de promover a mudança e a reconciliação" no Haiti: votos de Bento XVI, dirigindo-se aos bispos haitianos


(13/3/2008) Há vinte e cinco anos, João Paulo II realizava uma visita apostólica a Haiti, presidindo ao encerramento do Congresso Eucarístico nacional que tinha como tema “É preciso que alguma coisa mude aqui”: o facto foi recordado nesta quinta-feira por Bento XVI, recebendo no Vaticano os bispos da Conferência Episcopal do Haiti, em Roma para a visita “ad limina Apostolorum”.
Perguntando-se se nestes anos as coisas terão mesmo mudado, o Papa lembrou as “horas dolorosas” que o país tem vivido e que “a Igreja segue com atenção”. Causas de profunda preocupação para toda a gente são as “divisões, injustiças, a miséria, o desemprego”. Daqui a oração que o pontífice dirige a Deus:

“Peço ao Senhor que ponha no coração de todos os haitianos, nomeadamente das pessoas que têm uma responsabilidade social, a coragem de promover a mudança e a reconciliação, para que todos os habitantes do país tenham condições de vida dignas e beneficiem dos bens da terra, numa solidariedade cada vez maior”.

Bento XVI deteve-se sobre um aspecto que os relatórios quinquenais dos bispos do Haiti puseram em relevo: a situação da estrutura familiar, desestabilizada pela crise que o país vive, mas também pela evolução dos costumes e pela progressiva perda do sentido do matrimónio e da família, colocando no mesmo plano outras formas de união. Sendo “em grande parte a partir da família que se desenvolvem a sociedade e a Igreja”, o Papa exorta os bispos do Haiti a privilegiarem este aspecto da vida pastoral, pois “se trata do lugar primordial da educação da juventude”.

Relativamente aos padres, o Santo Padre pediu aos prelados que dediquem a devida atenção à sua formação permanente, com eles tecendo “relações confiantes e fraternas”, ajudando-os a exercer um ministério fecundo e convidando-os a absterem-se de compromissos políticos.

“Levai a todos os vossos padres as minhas mais afectuosas saudações. Conheço a fidelidade e coragem de que eles dão provas para viverem situações muitas vezes difíceis. Que eles fundamentem o seu apostolado na sua relação com Cristo, no mistério eucarístico que nos recorda que o Senhor se entregou totalmente para a salvação do mundo, sobre o sacramento do perdão, sobre o seu amor à Igreja, dando – por uma vida recta, humilde e pobre – testemunho eloquente do seu empenho sacerdotal”.

Referindo também a pastoral das vocações, a formação dos jovens e a importância das escolas católicas, Bento XVI fez questão de exprimir a confiança que deposita nos jovens haitianos, generosos, chamados por Cristo a uma existência cada vez mais bela. “Só Ele (Cristo) é portador da verdadeira mensagem de felicidade, é Ele que dá sentido à existência” – sublinhou o Papa, prosseguindo:
“Sim, vós, jovens, sois para mim motivo de alegria e de esperança. Um país que se quer desenvolver, uma Igreja que quer ser mais dinâmica, têm que dirigir antes de mais os seus esforços à juventude”.

Isto naturalmente – acrescentou Bento XVI – sem esquecer a formação dos leigos adultos, “para que possam desempenhar cada vez melhor a sua missão cristã no mundo e na Igreja”.








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