Sérias preocupações no seio da Igreja Católica, pela situação em Gaza
(12/3/2008) A situação em Gaza está a suscitar sérias preocupações no seio da Igreja
Católica, para quem é importante agir perante a pior crise humana dos últimos anos.
O pároco local, Pe. Manawel Musallam fala mesmo num plano de “extermínio” da população
palestiniana. “Decidiram matar-nos e estão a fazê-lo lentamente, de forma indirecta,
sem armas, mas cortando a comida, os medicamentos. Se as potências internacionais
não acabarem com a violência em Gaza, ao menos que nos garantam uma sepultura digna
de seres humanos”, refere o sacerdote à agência católica AsiaNews. Os últimos
dias foram de tréguas na região, em contraste absoluto com a escalada de violência
do início deste mês, quando operações israelitas em Gaza fizeram mais de 130 mortos
a que o Hamas respondia com uma “chuva” diária de rockets sobre o sul de Israel. Para
o jornal L’Osservatore Romano, (OR) “nunca a miséria foi tão difusa neste atordoado
pedaço de terra desde os tempos da guerra de 1967”. Comentando o Relatório de
algumas ONG’s britânicas sobre a crise humanitária em Gaza, o OR escreve que “o embargo
israelita é um dos principais factores da crise”. “Gaza já não goza do estatuto
de território ocupado e, portanto, as autoridades de Telavive já não têm de respeitar
as normas acerca das ocupações militares sancionadas pelo direito internacional”,
recorda o jornal do Vaticano. A propósito, o OR recorda que o relatório das ONG’s
britânicas condena esta posição, definindo-a como “falaz”, pois “Israel detém o controlo
efectivo da Faixa de Gaza em virtude do controlo total que exerce na fronteira, no
espaço aéreo, nas águas territoriais e no deslocamento de pessoas e mercadorias”.
“Israel deve garantir o bem-estar da população de Gaza com base no direito humanitário
internacional e nas leis sobre direitos humanos”, conclui o relatório citado pelo
jornal do Vaticano.