AUDIÊNCIA GERAL: PAPA DENUNCIA CONDIÇÃO DE QUEM É PRESO E TORTURADO POR SEUS IDEAIS
E CONVICÇÕES RELIGIOSAS
Cidade do Vaticano, 12 mar (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral. Em
sua catequese, Bento XVI falou da condição dos presos, sobretudo daqueles que estão
detidos injustamente, e denunciou a condição de quem é torturado por seus ideais.
Para suas considerações sobre a injustiça presente em grande parte da justiça
humana, o papa se inspirou na figura de Boécio, filósofo latino que viveu entre os
séculos V e VI, e que foi condenado à morte. Boécio foi executado a mando do rei Teodorico
em 525 em Pavia, norte da Itália, sob acusações consideradas falsas e devido às supostas
simpatias do filósofo pelo imperador bizantino Justiniano I.
Durante a Audiência
na Sala Paulo VI, Bento XVI enfatizou que "precisamente por seu dramático fim, Boécio
pode passar sua experiência também ao homem contemporâneo e, sobretudo, às tantas
pessoas que sofrem a mesma sorte devido à injustiça presente em tanta parte da justiça
humana".
Segundo Bento XVI, "todo preso, independente do motivo pelo qual foi
preso, intui quão pesada deva ser essa particular condição humana, principalmente
quando é brutal, como ocorreu com Boécio, pelo recurso da tortura". Para o papa, "Boécio,
símbolo de um número imenso de presos injustamente de todos os tempos e de todas as
latitudes, é de fato objetiva porta de entrada à contemplação do mistério do crucificado
no Gólgota".
Como na quarta-feira da semana passada, o papa passou brevemente
pela Basílica de São Pedro para saudar um grupo de fiéis, antes de se dirigir à Sala
Paulo VI. Um grupo composto em grande parte por estudantes, aos quais o pontífice
fez uma reflexão sobre o papel do ensino, nesta época em que a escola "enfrenta notáveis
desafios que emergem no campo da educação das novas gerações".
O papa convidou
os docentes e as escolas em geral a aprofundarem as mensagens culturais e éticas:
"Quem ensina não pode não perceber também o aspecto moral de todo o saber humano,
porque o homem conhece para atuar e atuar é fruto de seu conhecimento".
Por
fim, o Santo Padre saudou em várias línguas os diversos grupos de fiéis e peregrinos
presentes. Eis as suas palavras em português: "Saúdo cordialmente os presentes
e ouvintes de língua portuguesa, mormente os peregrinos que vieram de Portugal. Sede
bem-vindos! Faço votos por que leveis desta visita a Roma mais viva a certeza que
é apelo: Jesus Cristo morreu por nós e para a nossa salvação! Que vos iluminem os
testemunhos de São Pedro e São Paulo, e vos assistam abundantes graças que imploro
para todos com os votos de Felizes Páscoas, e a Bênção de Deus Todo Poderoso."
O pontífice
concluiu a Audiência Geral concedendo a todos a sua Bênção apostólica. (CM/BF)