(8/3/2008) O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, considera que as influências
do secularismo também se fazem sentir em Portugal, “apesar da sua história muito marcada
pelo catolicismo”. O Patriarca intervinha na assembleia plenária do Conselho Pontifício
para a Cultura, que se concluiu neste sábado no Vaticano, sobre a secularização.
D. José, membro do CPC, afirmou que “a secularização e a sua deriva no secularismo”
afectam as sociedades actuais, marcando o ambiente cultural que “influencia a vida
dos que não têm convicções profundas nem hábitos de exercício da liberdade”. “Este
secularismo é a água onde têm de nadar todos os peixes, mas não impede que alguns
sigam o seu caminho”, ilustrou. A Igreja, assinalou D. José Policarpo, não se
deve intimidar perante “uma cultura hostil à sua missão e à sua perspectiva de vida”,
factos que considerou “não serem uma novidade”.
Perante os membros do CPC,
o Patriarca de Lisboa assegurou que “uma Igreja que defende o «status quo», adquirido
ao longo dos séculos, mas que fraqueja no ardor da fé e na fidelidade a Jesus Cristo
é vulnerável às mudanças culturais”. Neste contexto, falou do “espírito de missão”,
que considerou “uma das linhas de força da identidade espiritual dos católicos portugueses”.
“Estou convencido de que um verdadeiro espírito de missão, enraizado na experiência
da fé, é o dinamismo que melhor pode penetrar nesta cultura secularizada”, apontou.