BENTO XVI RESSALTA QUE MISERICÓRDIA DE DEUS É INFINITAMENTE MAIOR QUE TODAS AS NOSSAS
CULPAS
Cidade do Vaticano, 07 mar (RV) - "É necessário que entre a prática do sacramento
da Confissão e uma vida voltada a seguir Cristo sinceramente, se instaure uma espécie
de 'círculo virtuoso' irrefreável, no qual a graça do Sacramento mantenha e alimente
o compromisso de ser fiéis discípulos do Senhor." Foi o que disse o papa esta manhã,
na Sala das Bênçãos, no Vaticano, aos participantes do curso anual da Penitenciaria
Apostólica, ressaltando que a vida cristã deve tender sempre à conversão.
Mesmo
sendo animado pelo desejo de seguir Jesus, se a confissão não for regular "se corre
o risco, pouco a pouco, de diminuir o ritmo espiritual" até enfraquecê-lo sempre mais
e, talvez, até mesmo estagná-lo, acrescentou.
"A Quaresma é um tempo muito
precioso para meditar sobre a realidade do pecado à luz da infinita misericórdia de
Deus, que o sacramento da Penitência manifesta na sua forma mais sublime", afirmou
o pontífice.
"Hoje é necessário fazer quem se confessa experimentar aquela
ternura divina para com os pecadores arrependidos, que tantos episódios evangélicos
mostram com acenos de intensa comoção."
Após ter recordado o capítulo do Evangelho
de Lucas que apresenta a pecadora perdoada, o Santo Padre ressaltou a eloqüência da
mensagem que transparece naquele trecho evangélico: "A quem muito ama, Deus tudo perdoa".
"Quem
confia em si mesmo e em seus próprios méritos acaba como cego pelo seu próprio eu
e o seu coração se endurece no pecado. Quem, ao invés, se reconhece frágil e pecador,
se confia a Deus e d'Ele obtém graça e perdão."
O papa afirmou que aquilo que
conta é fazer compreender que "no sacramento da Reconciliação qualquer pecado que
tenha sido cometido, seja ele qual for, se este for reconhecido com humildade e com
confiança no sacerdote confessor, se experimenta sempre a alegria pacificadora do
perdão de Deus".
Em seguida, o Santo Padre acrescentou: "Quando se insiste
somente na acusação dos pecados se corre o risco de relegar ao segundo lugar aquilo
que nele é central, ou seja, o encontro pessoal com Deus, Pai de bondade e misericórdia".
Bento
XVI concluiu dizendo que no coração da celebração sacramental não está somente o pecado,
mas a misericórdia de Deus, que é infinitamente maior do que toda nossa culpa. (RL/BF)