BENTO XVI A DIPLOMATA EUA: PROMOVER DEMOCRACIA E PAZ NO MUNDO COM DEFESA DOS DIREITOS
HUMANOS
Cidade do Vaticano, 29 fev (RV) - Bento XVI recebeu as credenciais da nova
embaixadora estadunidense junto à Santa Sé, Mary Ann Glendon.
O Santo Padre
falou da luta contra o terrorismo e da crise no Oriente Médio, auspiciando negociações
de paz resolutivas, baseadas na mediação de organismos internacionais e não no dissuasivo
da corrida armamentista nuclear.
Bento XVI disse apreciar "os notáveis esforços
dos EUA voltados a descobrir meios criativos para aliviar os graves problemas que
afligem tantos povos e nações no mundo".
"A construção de um futuro mais seguro
para a família humana significa, em primeiro lugar e principalmente, trabalhar para
o desenvolvimento integral dos povos, em particular mediante o fornecimento de assistência
sanitária adequada, a eliminação das pandemias como a AIDS, maiores oportunidades
de formação para os jovens, a promoção das mulheres e a redução da corrupção e da
militarização, que desvia recursos preciosos de muitos de nossos irmãos e irmãs nos
países mais pobres" _ observou.
Infelizmente, "o progresso da família humana
é ameaçado não somente pela chaga do terrorismo internacional, mas também pela ameaça
à paz em decorrência da aceleração da corrida armamentista e das contínuas tensões
no Oriente Médio", constatou o papa.
"Aproveito essa ocasião para expressar
a minha esperança de que negociações pacientes e transparentes levem à redução e à
eliminação das armas nucleares e que a recente Conferência de Annapolis seja o primeiro
de uma série de passos rumo a uma paz duradoura na região", acrescentou.
Bento
XVI convidou "a confiar e a comprometer-se" em favor do trabalho feito pelos organismos
internacionais, como a ONU. "A Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual
este ano celebramos o 60º aniversário, foi o produto de um reconhecimento em nível
mundial do fato que uma justa ordem mundial não pode deixar de ser baseada no reconhecimento
e na defesa da dignidade e dos direitos invioláveis de todo homem e mulher", frisou
o pontífice.
"Tenho a confiança de que o seu país continuará encontrando nos
princípios da lei moral comumum guia seguro para exercer a sua liderança no seio da
comunidade internacional", expressou o Santo Padre.
Ademais, reconheceu Bento
XVI, "não posso deixar de notar com gratidão a importância que os EUA atribuíram ao
diálogo inter-religioso e intercultural entendido como uma força positiva para a paz.
A Santa Sé está convencida do grande potencial espiritual que esse diálogo representa,
em particular no que diz respeito à promoção da não-violência e à rejeição das ideologias
que manipulam e distorcem a religião para fins políticos e para justificar a violência
em nome de Deus".
A embaixadora Mary Ann Glendon, 69 anos, é bem conhecida
nos ambientes vaticanos por ter sido, de 2004 até poucos dias atrás, presidente da
Pontifícia Academia das Ciências Sociais. (RL/BF)