A ordem global não prescinda da defesa dos direitos humanos: Bento XVI á nova Embaixadora
dos Estados Unidos da América junto da Santa Sé, com um pedido a trabalhar a favor
do desarmamento nuclear e da paz no Médio Oriente
(29/2/2008) A pouco mais de um mês da sua viagem aos Estados Unidos, Bento XVI recebeu
na manhã desta sexta feira a nova embaixadora dos Estados Unidos da América junto
da Santa Sé para a apresentação das Cartas Credenciais, manifestando nesta ocasião
apreço pela histórica consideração que o povo americano nutre em relação ao papel
da religião na formação do debate publico e na iluminação inerente da dimensão moral
das questões sociais, um papel ás vezes contestado em nome de uma compreensão restrita
da vida politica e do discurso público. É um factor, segundo o Papa que se reflecte
no empenho de muito cidadãos e governantes dos Estados Unidos em assegurar protecção
legal ao dom divino da vida desde a concepção até á morte natural, na defesa do instituto
do matrimónio, reconhecido como união estável de um homem e de uma mulher, e aquela
da família. A nova Embaixadora dos Estados Unidos da América junto da Santa Santa
Sé Mary Ann Glendon, é uma pessoa bem conhecida pelo Papa. Nos últimos quatro anos,
a partir de 2004, foi de facto Presidente da Academia Pontifícia das Ciências Sociais.
Mas sobretudo, antes disso, em 1995 chefiara a delegação da Santa Sé na Conferencia
das Nações Unidas sobre a condição da mulher, em Pequim. Naquela ocasião distinguira-se
pela tenacidade e habilidade com a qual defendeu as posições da Santa Sé sobre
o aborto, a contracepção, e a saúde feminina. No seu discurso Bento XVI salientou
ainda que a família humana se encontra ameaçada não sé pela chaga do terrorismo internacional,
mas também por ameaças á paz, como por exemplo o incremento veloz da corrida aos
armamentos e as tensões continuas no Médio Oriente. Segundo o Papa é necessário
colaborar com as Nações Unidas que são capazes de promover diálogo e compreensão
autênticos. A resolução destes e outros problemas semelhantes - afirmou – exige confiança
e empenho no trabalho de organizações internacionais como a ONU, que por sua natureza
são capazes de promover dialogo e compreensão, de reconciliar pontos de vista diferentes,
desenvolver politicas multilaterais e estratégias capazes de responder aos diferentes
desafios do nosso mundo complexo e em rápida mutação. Sobre o Médio Oriente o
Santo Padre formulou votos no sentido de que a recente conferencia de Annapolis seja
o primeiro de uma série de passos para a paz definitiva na região.