Relatório sugere maior envolvimento da UE no Iraque, no processo de democratização
e na assistencia directa
(28/2/2008) A União Europeia (UE) tem "interesse político directo" no processo de
democratização do Iraque. Mais, os "iraquianos querem ter os europeus a assisti-los
nos problemas mais prementes" que herdaram do regime de Sadam Hussein. A declaração
é da deputada europeia Ana Gomes, a autora de um relatório sobre a relação da UE com
aquele país, que o Parlamento Europeu vai votar em Março. O documento recomenda
que os países da UE se envolvam "mais activamente" e sejam "mais vigilantes" na assistência
ao Iraque. A deputada esteve no país duas vezes recentemente e constatou que "não
há falta de dinheiro no Iraque" resultado do rendimento dos poços de petróleo, uma
das poucas indústrias a funcionar, tendo o país necessidade de importar tudo o que
consome. O texto nota que a UE "não foi bem sucedida na melhoria palpável da situação
no terreno", embora não tenha sido o único doador cujas contribuições para a reconstrução
iraquiana, produziram resultados "magros e decepcionantes". O relatório parlamentar
defende que parte dos fundos europeus - actualmente aplicados por agências das Nações
Unidas no terreno - deveriam ser aplicados em projectos financiados directamente pela
UE, embora tal implique "ter gente no terreno para fiscalizar a concretização dos
projectos e dar mais mobilidade à delegação da Comissão Europeia em Bagdad", diz Ana
Gomes. Entre as áreas-chave do investimento europeu, o relatório aponta o reforço
do estado de direito, a promoção dos direitos humanos e dos direitos da mulher. Segundo
o texto, o Iraque tem mais de dois milhões de refugiados, a maior parte deles, na
Jordânia e na Síria. A diplomata diz que os países que "apoiaram a guerra têm particular
responsabilidade em apoiar o asilo" dos deslocados iraquianos, na sua integração.