2008-02-25 13:56:59

Papa reafirma a condenação ética de toda e qualquer forma de eutanásia


25/2/2008) “A medida da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com o sofredor”: esta afirmação da Encíclica “Spe salvi” foi recordada pelo Papa dirigindo-se, nesta segunda-feira, aos participantes no Congresso promovido pela Academia Pontifícia para a Vida sobre o tema “Ao lado do doente incurável e do moribundo: orientações éticas e operacionais”. Bento XVI aproveitou a ocasião para reafirmar “a firme e constante condenação ética de toda e qualquer forma de eutanásia directa, segundo o pluri-secular ensinamento da Igreja”.

O Papa começou por evocar (citamos) “o urgente desafio que constitui para todos, e em especial para a Igreja, vivificada pelo Senhor ressuscitado, o facto de ser portadora, no vasto horizonte da vida humana, da verdade revelada e (de constituir) apoio da esperança”. E isso nomeadamente “quando se vai extinguindo uma vida em idade avançada, ou então no alvorecer da existência terrena, ou no pleno florir da idade por causas imprevistas”. Em todas estas circunstâncias, considerou o Papa, há que pensar não a “um facto biológico que se esgota ou a uma biografia que se encerra, mas sim a um novo nascimento, a uma existência renovada, oferecida pelo Ressuscitado a quem não se opôs expressamente ao Seu Amor”.

“Embora na consciência de que ‘não é a ciência que redime os homens’, toda a sociedade e em especial os sectores ligados à ciência médica têm o dever de exprimir a solidariedade do amor, a salvaguarda e o respeito da vida humana em cada momento do seu desenvolvimento terreno, sobretudo quando essa sofre uma condição de doença ou se encontra na sua fase terminal”.

“Mais concretamente (especificou o Papa), trata-se de assegurar a cada pessoa que disso carecesse o apoio necessário, através de terapias e intervenções médicas adequadas, individuadas e geridas segundos os critérios da proporcionalidade médica, sempre tendo em conta o dever moral de fornecer (da parte do médico) e de acolher (da parte do paciente) aqueles meios de preservação da vida que, na situação concreta, resultem ‘ordinários’.” Pelo contrário, no caso de terapias que se possam considerar “extraordinárias”, o recurso às mesmas deverá ser considerado “moralmente lícito, mas facultativo”.

Evocando uma “sociedade solidária e humanitária”, que tenha em conta as dificuldades enfrentadas por quem tem a seu cargo, por períodos prolongados, doente graves não auto-suficientes, observou Bento XVI:

“Um maior respeito da vida humana individual passa inevitavelmente através da solidariedade concreta de todos e de cada um, constituindo um dos mais urgentes desafios do nosso tempo.”

Foi neste contexto que o Papa recordou uma sua afirmação na recente Encíclica sobre a esperança: “a medida da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com o sofredor. E isto vale tanto para o indivíduo como também para a sociedade”.

“Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e que não é capaz de contribuir - mediante a com-paixão – a que se partilhe e assuma mesmo interiormente o sofrimento, é uma sociedade cruel e desumana”.

Aludindo aos “impulsos eutanásicos” que se têm vindo a tornar “cada vez mais prementes, sobretudo quando se insinua uma visão utilitarista em relação à pessoa”, Bento XVI voltou a reafirmar solenemente a posição da Igreja no que diz respeito à eutanásia:

“Aproveito a ocasião para reafirmar uma vez mais a firme e constante condenação ética de toda e qualquer forma de eutanásia directa, segundo o pluri-secular ensinamento da Igreja “.













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