2008-02-25 20:22:44

BENTO XVI À PONTIFÍCIA ACADEMIA PARA A VIDA: É PRECISO AJUDAR O DOENTE TERMINAL A VIVER COM DIGNIDADE


Cidade do Vaticano, 25 fev (RV) - A sociedade deve ajudar o doente grave a atravessar o momento da morte com dignidade: foi o que afirmou Bento XVI, na audiência concedida nesta segunda-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, aos participantes do congresso sobre o tema "Ao lado do doente incurável e do moribundo: orientações éticas e operacionais", promovido pela Pontifícia Academia para a Vida.

O evento se realiza por ocasião da XIV Assembléia Geral da Academia.

Em seu discurso, o papa condenou, à luz da ética, toda e qualquer forma de eutanásia, e fez votos de que se estabeleça uma sinergia entre a Igreja e as instituições civis, para assegurar a ajuda necessária ao doente grave e a seus familiares.

A saudação ao pontífice foi dirigida pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia.

Toda a sociedade e não apenas a comunidade cristã "é chamada a respeitar a vida e a dignidade do doente grave e do moribundo" _ exortou Bento XVI em seu discurso à Pontifícia Academia para a Vida, reiterando o urgente desafio de "levar ao vasto horizonte da vida humana o esplendor da verdade revelada e o auxílio da esperança".

Os médicos, em particular _ acrescentou _ devem expressar o respeito pela vida humana "em todos os momentos de seu desenvolvimento terreno".

A seguir, fazendo referência à sua encíclica Spe salvi (Salvos pela esperança), ressaltou: "Numa sociedade complexa, fortemente influenciada pela dinâmica da produtividade e das exigências da economia, as pessoas frágeis e as famílias mais pobres correm o risco de ser, nos momentos de dificuldade econômica e/ou de doença, as primeiras vítimas. Sempre mais se vêem nas grandes cidades, pessoas idosas e sozinhas, também nos momentos de doença grave e em proximidade da morte. Em tais situações, as pressões a favor da eutanásia se tornam acentuadas, sobretudo, quando se insinua uma visão utilitarista da pessoa."

O Santo Padre reiterou "mais uma vez, a firme e constante condenação ética a toda forma de eutanásia direta, segundo o plurissecular ensinamento da Igreja". E advertiu que uma sociedade solidária e humanitária deve levar em consideração as difíceis condições das famílias que, "por vezes, durante longos períodos, devem carregar o peso da gestão de doentes graves não auto-suficientes".

"As terapias e as intervenções devem sempre seguir os critérios da proporção médica" _ exortou o papa, explicando que, no caso de terapias arriscadas e, portanto, extraordinárias, o recurso a elas deve ser considerado "moralmente lícito, mas facultativo". "O respeito pela vida humana individual passa, inevitavelmente, pela solidariedade de todos e de cada um" _ acrescentou.

Referindo-se às leis trabalhistas, exortou a que sejam reconhecidos os "direitos específicos dos familiares, no momento do nascimento". "Semelhantes direitos devem ser reconhecidos aos parentes estreitos, no momento da doença terminal de um ente querido" _ ponderou o pontífice. (RL/AF)







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