CARD. BERTONE AUSPICIA QUE IGREJA CUBANA POSSA DESEMPENHAR SUA MISSÃO COM NECESSÁRIA
LIBERDADE
Havana, 22 fev (RV) - "O anúncio do Evangelho de Cristo continua encontrando
em Cuba corações bem dispostos a acolhê-lo", embora, "por vezes, algumas comunidades
cristãs se sintam oprimidas pelas dificuldades, pela escassez de recursos e pela indiferença".
São as palavras da mensagem de Bento XVI ao povo e aos católicos cubanos que mais
impressionaram e chamaram a atenção após a sua difusão ontem, quinta-feira, primeiro
dia da visita do cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, que se faz portador
da mensagem do papa.
"Saibam que vocês podem contar com a solidariedade do
papa e com a fraterna oração e colaboração de outras Igrejas particulares espalhadas
no mundo inteiro", acrescenta o Santo Padre. Como fez João Paulo II durante a sua
visita, dez anos atrás, também Bento XVI ressalta a "grande importância" da "missão
que a Igreja em Cuba desempenha em favor dos mais necessitados, com obras concretas
de serviço e de atenção aos homens e às mulheres de todas as condições, que merecem
não somente ser auxiliados em suas necessidades materiais, mas também acolhidos com
afeto e compreensão".
Por sua vez, o Cardeal Bertone, falando ontem aos bispos,
auspiciou que a celebração do aniversário da visita de João Paulo II contribua a dar
um novo impulso às relações entre o Estado e a Igreja católica em Cuba, a fim de que,
num espírito de respeito e de entendimento recíproco, a Igreja possa cumprir completamente
a sua missão, estritamente pastoral e a serviço dos fiéis, com a necessária liberdade.
Em
seu discurso aos seminaristas cubanos, o Cardeal Bertone quis entrelaçar as esperanças
e os ensinamentos sobre os sacerdotes, dos quais falou João Paulo II dez anos atrás,
e os de hoje, reiteradas vezes expressos por Bento XVI.
Recordando a visita
de João Paulo II, o purpurado ressaltou: "A minha presença no meio de vocês tem como
finalidade comemorar esse importante aniversário. Nesta circunstância, podemos recordar
as palavras que o papa dirigiu aos seminaristas na catedral metropolitana de Havana,
naquele 25 de janeiro de 1998, quando os encorajou a se comprometerem com uma sólida
formação humana e cristã, na qual a vida espiritual ocupe um lugar preferencial".
Após
ter encontrado os seminaristas, o cardeal-secretário de Estado presidiu a Eucaristia
no patamar da catedral de Havana. Junto aos milhares de fiéis, encontravam-se presentes
importantes autoridades do Estado (ministros e o presidente do Parlamento, Ricardo
Alarcón).
"Com a proclamação do Evangelho, a Igreja deu uma grande contribuição
a este continente, e, em particular, a Cuba, encorajando o respeito pela vida humana,
tutelando o valor da família e do matrimônio, defendendo a liberdade de consciência,
a liberdade religiosa e a dignidade da pessoa humana", disse o purpurado na homilia.
Ainda
hoje, o cardeal celebrou a missa no mosteiro das carmelitas e, depois, um encontro,
no Carmelo, com a presidência da Conferência cubana dos religiosos e com os religiosos
de Havana. (RL/BF)