2008-02-21 20:48:16

PAPA DIZ QUE IGREJA PRECISA DOS JESUÍTAS E CONTA COM ELES PARA LEVAR EVANGELHO AONDE OUTROS NÃO CHEGAM


Cidade do Vaticano, 21 fev (RV) – Bento XVI recebeu em audiência esta manhã, na Sala Clementina, no Vaticano, os 226 membros da 35ª Congregação-geral da Companhia de Jesus, que há um mês elegeram o novo prepósito-geral, Pe. Adolfo Nicolás.

Em seu discurso, o Santo Padre lembrou que, por um lado, há um mundo que é "teatro de uma batalha entre o bem e o mal": onde o mal se incuba no individualismo de idéias e ações em que o sagrado é relativo, se propaga mediante a "confusão de mensagens", que tornam difícil a escuta da Mensagem de Cristo, e se estagna naquelas "situações de injustiça" e de conflito das quais os pobres são as primeiras vítimas.

Por outro lado, há uma Ordem religiosa que, em quase quinhentos anos, foi capaz de desafiar toda diversidade histórica e cultural e de levar realmente o Evangelho aos confins do mundo, graças à inteligência e à abnegação de pessoas que respondem pelo nome de Francisco Xavier, Matteo Ricci ou Roberto De Nobili, somente para citar os mais renomados.

Esses exemplos ainda servem hoje, e Bento XVI pediu à Companhia de Jesus que forme "pessoas de fé sólida e profunda, de cultura séria e de genuína sensibilidade humana e social": "Como reiteradas vezes os meus Predecessores disseram aos senhores, a Igreja precisa de vocês, conta com vocês, e continua dirigindo-se a vocês com confiança, em particular para alcançar aqueles lugares físicos e espirituais onde outros não chegam ou têm dificuldade de chegar".

O papa constatou que hoje não são tanto "os mares ou as grandes distâncias que desafiam os anunciadores do Evangelho, mas as fronteiras que, seguindo uma errada ou superficial visão de Deus e do homem, se interpõem entre a fé e o saber humano, entre a fé e a ciência moderna e entre a fé e o compromisso com a justiça".

"Por isso, os convidei e os convido a refletirem para encontrar o sentido mais pleno daquele seu característico 'quarto voto' de obediência ao Sucessor de Pedro, que não comporta somente a prontidão a ser enviado em missão a terras distantes, mas também a 'amar e servir' o Vigário de Cristo na terra, com aquela devoção 'efetiva e afetiva' que deve fazer dos senhores os preciosos e insubstituíveis colaboradores do papa em seu serviço à Igreja presente no mundo inteiro", afirmou.

Bento XVI expressou apreço pelas obras de solidariedade com as quais os jesuítas se colocaram a serviço dos refugiados. Ao chamar a atenção para que tais obras "conservem sempre uma clara e explícita identidade", que não prejudique a bondade do trabalho apostólico, o papa se deteve sobre o sentido cristão do serviço aos que se encontram necessitados: "Para nós, a opção pelos pobres não é ideológica, mas nasce do Evangelho. São inúmeras e dramáticas as situações de injustiça e de pobreza no mundo de hoje e é preciso comprometer-se a compreender e a combater as suas causas estruturais". (RL/BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.