OBSERVADOR VATICANO EXORTA A MUDAR ESTILO DE VIDA PARA FAVORECER DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Nova York, 15 fev (RV) - Dos comportamentos individuais às escolhas das indústrias,
é preciso favorecer a consolidação de uma mentalidade respeitosa do ambiente: foi
o convite dirigido pelo observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore,
na 62ª sessão da assembléia geral das Nações Unidas, que se reuniu nesses dias, na
sede do organismo, em Nova York, sobre o tema das mudanças climáticas. O arcebispo
reiterou a urgência de políticas nacionais e globais que favoreçam o uso de tecnologias
'eco-compatíveis'.
"Os indivíduos e as sociedades devem começar a mudar os
seus estilos de vida se quiserem realmente promover um desenvolvimento sustentáve",
afirmou o prelado, que falando às Nações Unidas encorajou a comunidade internacional
a adotar estratégias e políticas eficazes para reduzir a poluição.
Dom Migliore
reiterou que o cuidado com o ambiente é uma responsabilidade da qual ninguém pode
fugir. Portanto, o prelado fez votos de que se alcancem os objetivos estabelecidos
na recente Conferência internacional de Bali, na Indonésia, sobre mudança climática.
O
observador vaticano recordou os muitos apelos de Bento XVI em favor da salvaguarda
da Criação e reiterou a importância das iniciativas, mesmo pequenas, voltadas a uma
mudança de mentalidade e de estilos de vida.
Por sua vez, acrescentou, a Santa
Sé tem adotado algumas medidas nesse sentido, como a redução das emissões de dióxido
de carbono, no Vaticano, e a utilização de painéis solares, bem como com o apoio a
um projeto de reflorestamento, na Hungria.
Todo indivíduo deve assumir a sua
parte de responsabilidade para dar vida a um desenvolvimento equilibrado, exortou
ele. Esse é o espírito necessário para enfrentar os desafios hodiernos que inter-relacionam
a preservação do ambiente e o desenvolvimento econômico.
O uso de "tecnologias
limpas" é um componente importante do desenvolvimento sustentável, acrescentou Dom
Migliore. Os Estados desenvolvidos devem partilhar essas tecnologias com os países
em desenvolvimento, a fim de que não se repitam os erros do passado.
O prelado
prosseguiu afirmando que mudança do clima, em particular, é um desafio a ser enfrentado
em vários níveis, individual, local, como também nacional e global. Os mercados devem
encorajar a "economia ecológica", uma economia respeitosa do ambiente, que não favoreça
a produção de bens que causam degradação ambiental. "Por sua vez, os consumidores
devem saber que seus comportamentos têm um impacto direto nas condições do ambiente
no qual vivem", concluiu Dom Migliore. (RL/BF)