2008-02-14 19:19:23

SER HUMANO DEVE SER O PONTO CENTRAL DAS ESTRATÉGIAS PARA ERRADICAR O MODERNO TRÁFICO DE ESCRAVOS


Viena, 14 fev (RV) - Está em andamento desde quarta-feira, em Viena, a primeira conferência da ONU sobre o tráfico de seres humanos, um flagelo que afeta dois milhões e meio de pessoas no mundo.

Doze mil delegados, entre eles políticos, representantes de ONGs, especialistas e vítimas debatem, durante três dias, o fenômeno que _ segundo estimativas das Nações Unidas _ proporciona aos traficantes, lucros no valor de mais de 32 bilhões de dólares anuais: é a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo.

A conferência de Viena está sendo organizada pela Iniciativa Global das NN.UU. contra o Tráfico Humano. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que a exploração sexual ilegal atinge 44% das vítimas do tráfico humano, enquanto 32% são traficadas para trabalho escravo e 25% para uma combinação dos dois.

Embora as discussões dêem prioridade à prostituição, várias ONGs insistem em outros aspectos dessa "escravidão da era moderna" que afeta quase todos os setores da economia, atinge países ricos e em desenvolvimento, e é indicado como o "crime escondido", da globalização.

Durante a conferência de Viena, o Ministério da Justiça do Brasil irá apresentar o Plano Nacional de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas, aprovado em janeiro, que estabelece políticas para enfrentar o tráfico humano no país.

Ao tomar a palavra na conferência, em nome da Santa Sé, o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, afirmou que a questão do tráfico de seres humanos é um problema multidimensional.

"A pobreza _ disse o arcebispo _ leva as pessoas a procurarem um futuro melhor, não obstante os riscos correlacionados, tornando-as extremamente vulneráveis."

"A Santa Sé _ acrescentou Dom Marchetto _ encoraja todo tipo de iniciativa destinado a erradicar esse fenômeno imoral e criminoso."

Segundo o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, todos os esforços para fazer frente às atividades criminosas e defender as vítimas deveriam colocar os direitos humanos no centro de todas as estratégias. (PL/AF)







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