Cidade do Vaticano, 14 fev (RV) - O sacrifício de Cristo e o papel do Espírito
Santo no mistério pascal: foram os temas das meditações propostas esta manhã, pelo
Cardeal Albert Vanhoye, no quinto dia dos exercícios espirituais da Quaresma, no Vaticano,
na presença do papa e da Cúria Romana.
Os exercícios, iniciados domingo passado
na Capela Redemptoris Mater da residência apostólica, se encerrarão neste sábado,
dia 16.
Se na linguagem corrente a palavra "sacrifício" assume um valor, sobretudo,
negativo, no sentido religioso tem, ao invés, um significado muito positivo _ observou
o purpurado. "De fato, sacrificar não significa privar, significa tornar sagrado,
como santificar significa tornar santo, simplificar significa tornar simples. Portanto,
o sacrifício é um ato muito positivo e fecundo que valoriza imensamente uma oferta."
De
fato, o sacrifício de Cristo compreende todo o mistério pascal, ou seja, a morte e
a glorificação. "Sem a glorificação seria incompleto, não teria fundado a Nova Aliança
porque Cristo não teria alcançado Deus e não teria feito a ligação entre a nossa miséria
e a santidade de Deus."
O purpurado francês recordou que no Antigo Testamento,
a finalidade do sacrifício era mudar a disposição de Deus, obter os Seus favores,
em troca dos dons oferecidos. Diversamente se dá no sacrifício cristão, como explica
a Carta aos Hebreus. "O autor, ao invés, diz que a finalidade do sacrifício é mudar
a disposição do homem, não as disposições de Deus. A sua finalidade é a de tornar
o oferecedor perfeito na consciência, de dar um coração purificado e dócil a Deus."
Uma
aspiração religiosa não basta, porém, para mudar a consciência de um pecador. "É necessária
uma mediação eficaz. O pecador deve ser ajudado por um mediador que não seja ele mesmo
um pecador e que lhe abra o caminho do contato, da comunhão com Deus, esse é o problema
da Aliança."
Na segunda meditação, o Cardeal Vanhoye aprofundou o papel do
Espírito Santo na oblação de Cristo, que abre o caminho rumo a Deus. "Jesus, ao invés,
foi vítima digna e sacerdote capaz. Vítima digna porque tinha uma perfeita integridade
moral e religiosa, era sem mancha, como disse o autor, era santo, inocente, era o
imaculado. Foi sacerdote capaz na medida em que era cheio do Espírito Santo."
"Quando
celebramos a Eucaristia e comungamos, recebemos em nós este intenso dinamismo de amor,
capaz de transformar todos os ventos por ocasião da vitória do amor." (RL/AF)