BISPOS DA COMECE PROPÕEM QUE EUROPA ACOLHA PARTE DOS REFUGIADOS IRAQUIANOS
Bruxelas, 14 fev (RV) – Nos últimos dois dias, uma delegação da Comissão dos
Episcopados da Comunidade Européia (COMECE) encontrou-se, em Bruxelas, com alguns
representantes da Comissão e do Parlamento europeus, para debater a situação dos refugiados
cristãos iraquianos.
Nesta quarta-feira, a COMECE realizou uma coletiva de
imprensa, da qual participaram, entre outros, Dom François Yakan, vigário do Patriarcado
Caldeu na Turquia, e a Ir. Marie-Claude Naddaf, superiora da comunidade das Irmãs
do Bom Pastor, em Damasco, Síria. A religiosa, com a ajuda de outras duas coirmãs,
se ocupa de cerca de 1.500 refugiados iraquianos cristãos e de outras pessoas marginalizadas.
Os bispos da COMECE expressaram preocupação com o destino de 4,4 milhões de iraquianos
que abandonaram seu país.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados
(ACNUR), o Oriente Médio está vivendo a maior catástrofe humana desde 1948.
Os
bispos recordam que os refugiados em situação mais vulnerável são os não-muçulmanos,
que procuram apoio em países de maioria muçulmana, como a Síria, Jordânia, Líbano
ou Turquia. Para a COMECE, estamos diante de uma situação desumana, que agrava o risco
de imigração clandestina. A proposta da COMECE é que a Europa aceite um contingente
de 60 mil refugiados iraquianos de minorias não-muçulmanas.
A idéia é respaldada
pelos bispos europeus, que pediram à UE que alcance um acordo o mais rapidamente possível,
para permitir a entrada de mais refugiados do Iraque nos próximos dois anos.
Mais
de metade dos 1,2 milhões de cristãos presentes no país em 2003, quando teve início
o conflito, abandonaram o Iraque. (CM/AF)