Timor Leste em estado de sitio após ataques de rebeldes. Estado de saúde do Presidente
Ramos-Horta, alvo de atentado,é considerado estável. Deverá conseguir recuperar plenamente
(12/2/2008 Com 45 minutos de diferença, nos arredores de Díli, o presidente da República
de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, foram alvo
de um duplo atentado às primeiras horas da manhã desta segunda feira. O regime timorense
esteve à beira de cair às mãos do major rebelde Alfredo Reinado, que foi abatido pelas
forças de segurança do presidente. Alvejado por duas balas, Ramos-Horta foi submetido
a duas intervenções cirúrgicas (em Díli e em Darwin, na Austrália). José Ramos-Horta
deverá conseguir recuperar plenamente, embora os seus ferimentos sejam "terríveis"
e os danos sofridos no pulmão direito inspirem ainda alguns cuidados adicionais. Xanana
Gusmão saiu ileso e, ao fim da manhã, declarou o estado de sítio em todo o território,
com o correspondente recolher obrigatório entre as 20 e as 6 horas locais. A comunidade
internacional uniu-se num raro coro unânime de protesto, com a condenação "nos mais
fortes termos possíveis" do Conselho de Segurança das Nações Unidas à cabeça. Na
impossibilidade de Ramos--Horta, Timor é presidido interinamente por Vicente Guterres,
vice-presidente do Parlamento timorense, visto que o presidente daquele órgão de soberania,
Fernando "La Sama" Araújo, está em Lisboa. A pedido de Timor, que deseja um aumento
"substancial e significativo" de forças militares e policiais, a Austrália anunciou
um reforço "imediato e forte". Posição ligeiramente diferente assumiu Portugal.
Segundo o primeiro ministro português, um eventual aumento do número de militares
da GNR em Timor terá de passar por uma avaliação que será necessariamente feita no
âmbito das Nações Unidas. A condenação internacional, além de unânime, foi rápida.
O presidente das Comissão Europeia, Durão Barroso, classificou os atentados como um
"ataque brutal" contra a "jovem democracia de Timor-Leste".