CARDEAL VANHOYE: A GLÓRIA DE CRISTO ESTÁ EM TER AMADO ATÉ O FIM
Cidade do Vaticano, 11 fev (RV) - Prosseguem, no Vaticano, os exercícios espirituais
da Quaresma, com a participação do papa e dos membros da Cúria Romana. Iniciados às
18h locais de ontem, domingo, os exercícios se concluirão no próximo sábado, dia 16.
Este
ano, as meditações são propostas pelo ex-secretário da Pontifícia Comissão Bíblica,
Cardeal Albert Vanhoye, e têm como tema: "Acolhamos Cristo nosso Sumo Sacerdote",
inspirado na Carta aos Hebreus. Esta manhã, o purpurado fez duas meditações sobre
os temas "Deus nos falou por Seu Filho" e "Cristo é Filho de Deus e nosso irmão".
Esta
semana, em virtude dos exercícios espirituais, estão suspensas todas as audiências
do Santo Padre, inclusive a Audiência Geral desta quarta-feira.
O Deus da Bíblia
não é um Deus mudo. É um Deus que fala aos homens para entrar em comunicação, em comunhão
com eles _ disse o Cardeal Vanhoye ao papa e à Cúria Romana na primeira meditação,
feita ontem à noite, na Capela Redemptoris Mater, na residência apostólica vaticana.
Deus
_ ressaltou o purpurado _ teria tido muitos motivos para não mais falar a seu povo,
que lhe havia sido infiel, mas, ao invés, busca essa relação. Também Jesus _ acrescentou
_ quando fala à Samaritana, faz um gesto extraordinário, vista a inimizade entre judeus
e samaritanos. E o faz porque essa é a vontade de Deus, uma vontade de comunicação.
Nas
meditações desta manhã, o Cardeal Vanhoye se deteve sobre dois aspectos do nome de
Cristo, apresentados pela Carta aos Hebreus. Ele é Filho de Deus, mas também nosso
Irmão, porque assume a forma humilde da existência humana. Portanto, Jesus torna-se
solidário conosco: "Nós temos mais que um advogado, um irmão que intercede por nós
junto a Deus; um irmão que prometeu anunciar-nos, após a sua glorificação, o nome
do Pai e que agora o anuncia. Um irmão que não se esquece de nós em sua glória, porque
a sua glória é justamente o próprio fruto da sua solidariedade conosco."
"A
glória de Cristo não é a glória de um ser ambicioso ou satisfeito com suas próprias
iniciativas, nem a glória de um guerreiro que derrotou os inimigos com a força das
armas. É a glória do amor, a glória do ter amado até o fim, de ter restabelecido a
comunhão entre nós pecadores e seu Pai." (RL/AF)